Apesar dos barulhos, interrupções diversas e a falta de contato direto com os colegas de trabalho, o home office parece ter sido bastante aprovado pelos brasileiros. Uma pesquisa dla Faculdade de Economia e Administração da USP e da Fundação Instituto de Administração (FIA) aponta que 73% das pessoas entrevistadas estão satisfeitas com o trabalho de casa.
Economizar tempo no trajeto e ter horários flexíveis é bom para os funcionários, mas pode limitar resultados das empresas. Um estudo publicado na revista Nature sugere que as reuniões virtuais restringem a geração de ideias criativas.
A pesquisa é assinada por pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade de Columbia, ambas americanas.
Eles conduziram dois experimentos para chegar ao resultado. O primeiro deles contou com 602 voluntários, que foram separados em pares aleatoriamente. Parte das duplas precisava fazer uma tarefa criativa em conjunto na mesma sala. Já o resto resolvia o problema pelo Zoom.
Em cinco minutos, os participantes precisavam encontrar formas criativas de utilizar um frisbee ou plástico bolha. Depois, tiveram mais um minuto para selecionar a melhor ideia e enviar para análise. De acordo com os pesquisadores, pessoas que discutiram pelo Zoom tiveram 20% menos ideias do que aquelas que se encontraram presencialmente.
Os pesquisadores também conduziram um teste em uma multinacional. Havia 1.490 engenheiros da Finlândia, Hungria, Índia, Israel e Portugal. A premissa foi a mesma e, ao final, os cientistas concluíram que os trabalhadores produziram mais ideias e ideias mais inovadoras ao trabalhar cara a cara.
Há uma possível justificativa: as chamadas de vídeo limitam o campo de visão, fazendo com que os profissionais olhem apenas uns para os outros. Enquanto isso, o ambiente presencial permite que as pessoas tenham ideias ao olhar para diferentes objetos distribuídos pela sala.
Fica a sugestão: o trabalho remoto tem seu lado positivo, mas separar dias de reuniões presenciais pode ser vantajoso para a empresa.