O tomate-caqui é um gigante natural entre os tomates, cultivado nos EUA, que chega a pesar até 1 kg. Sabendo disso, cientistas identificaram os genes que dão este tamanho ao tomate-caqui, e este pode ser o caminho para aumentar o tamanho de outros frutos e frutas.
Primeiramente, sim, tomates são tecnicamente um fruto. Para a botânica, fruto é tudo o que nasce do ovário das plantas, que guarda a semente ou as sementes.
O tomate selvagem na verdade era pequeno, mas no decorrer de centenas de anos, fazendeiros selecionaram mutações de forma gradual para torná-los cada vez maiores — até chegarmos ao tomate-caqui.
Em um estudo publicado pela Nature Genetics, cientistas identificaram que o tamanho dos tomates está relacionado a uma série de genes que comandam as células-tronco na ponta da planta – esta parte é chamada de meristema. Quanto maior o meristema, maior será o tamanho do tomate. Normalmente, dois genes balanceiam o crescimento do meristema: o WUSCHEL faz ele crescer e o CLAVATA estabiliza este crescimento.
Em tomates maiores, esse equilíbrio se perde porque o tomate não tem o gene de uma enzima, que adiciona uma molécula de açúcar chamada arabinose. Este açúcar é importante porque o CLAVATA precisa de uma cadeia de três moléculas de arabinose para funcionar adequadamente. Sem ela, o WUSCHEL trabalha ainda mais, fazendo o meristema crescer e, consequentemente, aumentando o tamanho do tomate.
Um sistema similar existe na maioria das plantas. Os geneticistas deste estudo usam uma técnica para editar genomas chamada CRISPR/Cas, que suprime os genes estudados; e o CRISPR/Cas pode ser usado em praticamente qualquer outro fruto, o que pode significar que teremos mais frutos gigantes no futuro. [Nature Genetics via Science]
Foto por Luiz Fernando Reis/Flickr