As girafas são seres magistrais — capazes até de superar o rei das selva, quando necessário. No entanto, estes mamíferos terrestres gigantes não estão sendo tratados como deveriam por nós, pois boa parte das coisas que amamos vai de alguma forma destrui-las, e agora as girafas estão morrendo por causa disso.
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Nos últimos 30 anos, o número de girafas na Terra caiu 38%, de 157 mil girafas em 1985 para 97.500, segundo uma nova pesquisa populacional conduzida pela IUCN (International Union for The Conservation of Nature). Baseado nestes tristes números, o órgão mudou a classificação da girafa em uma lista vermelha de “menos preocupante” para “vulnerável”.
“Esta é uma extinção silenciosa”, afirmou Julian Fennessy da GCF (Giraffe Conservation Foundation), que ajudou na pesquisa sobre os novos números referentes a população de girafas. “A maioria das pessoas supõe que as girafas estão bem.”
De fato, as girafas têm sido esquecidas em termos de pesquisa e conservação, embora isso tenha começado a mudar graças a grupos como a GCF e ações proativas de governos. Nos últimos cinco anos, houve grande progresso na compilação de dados populacionais de girafas e na decodificação de seus códigos genéticos. Baseado nas últimas evidências de DNA descobertas, um estudo científico recente (também conduzido por Fennessy) sugere a reclassificação dos herbívoros de pescoço longo em quatro espécies separadas.
Se for formalmente adotada pela IUCN, esta nova classificação excluiria um tipo de espécie e nove sub-espécies, que foram classificadas no século 18 pelo biólogo Lineu. Biólogos ainda estão discutindo sobre isso. No entanto, enquanto o debate científico esquenta, isso acaba sendo um sinal do quanto esses animais foram meio que deixados de lado.
A IUCN identificou um número de fatores responsáveis pelo rápido declínio, incluindo muitos dos suspeitos mais comuns: caça ilegal, perda de habitat, degradação e agitação civil. Todos estes problemas estão relacionados com o crescimento da população humana. Como isso tem aumentado, nós podemos esperar uma piora no estado das girafas.
Há, no entanto, uma razão para ser otimista. Três sub-espécies reconhecidas — a girafa do Sul da África do Sul, a girafa do oeste-africano de Niger, e a girafa de Rothschild, do leste da África — têm apresentado crescimento desde 1985 em função de políticas proativas de conservação, melhor administração e, em alguns lugares, é preciso citar também o crescimento da indústria de ecoturismo.
Fennessy espera que o sucesso de casos de conservação de girafas, junto com os últimos relatórios da IUCN, nos levarão a mais ações nacionais e internacionais para salvar a vida desses animais fantásticos.
“Há algumas estratégias nos EUA”, disse Fennesy. “Mas nós todos precisamos nos juntarmos, escolher prioridades e estabelecer um plano para toda a África.”
Foto do topo por Wikimedia Commons