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Giz explica: A diferença entre alto-falantes de US$ 100 e de US$ 100 mil

Um sistema de alto-falantes pode custar apenas US$ 35. Ou US$ 350 mil. Sendo uma pessoa normal, você provavelmente tem apenas uma pergunta sobre alto-falantes que custam tanto quanto uma Ferrari: What. The. Hell?

Um sistema de alto-falantes pode custar apenas US$ 35. Ou US$ 350 mil. Sendo uma pessoa normal, você provavelmente tem apenas uma pergunta sobre alto-falantes que custam tanto quanto uma Ferrari: What. The. Hell?

Como alto-falantes funcionam

Especialmente quando você considera o quão simples é o mecanismo geral por trás de um alto-falante padrão: ele movimenta ar. Basicamente, a corrente alternada de um amplificador corre para o alto-falante por meio da bobina móvel (que é uma bobina de fio), transformando a bobina em um eletroímã. Isso cria um campo magnético entre ela e o ímã permanente no driver. Conforme a corrente alterna entre positivo e negativo, os ímãs são atraídos e repelidos, movendo o cone para frente e para trás. Voilà, ele emite os suavizantes sons de Bach ou do Korn.

ESQUEMA RETIRADO DO GLOSSÁRIO TÉCNICO DO SITE DA ARLEN

Mas provavelmente não é isso o que você pensa ao ouvir “alto-falante”. Você certamente pensa em uma caixa com um negócio circular e talvez um buraco. Isso na verdade é um sistema de alto-falante, e na verdade ele tem mais de um tipo de alto-falante dentro dele, chamados drivers. Isso porque o driver ajustado para emitir frequências altas – um tweeter – não é tão bom na emissão de baixo, e é por isso que você precisa de um woofer ou subwoofer (baixo e mais baixo). E aí você tem os falantes mid-range – para sons de frequência média – em sistemas mais sofisticados. O seu conjunto da EMPRESA GENÉRICA DE ALTO-FALANTES pula esse cara dos médios. Então geralmente dois ou mais drivers estão dentro de uma caixa ou gabinete, chamado de caixa acústica.

Amável, mas isso não explica o que separa esses YG Acoustics Anat Reference II de US$ 107 mil dos Logitech Z-3000s de US$ 50 sobre a minha mesa – que têm até certificação THX. Então nós alistamos alguns ajudantes: Steve Guttenberg, do Audiophiliac, da Cnet, que vive e respira alto-falantes, do sensível ao lúdrico, e Paul DiComo e Matt Lyons, que vieram da Polk e estão agora na Definitive Technology.

Se você leu o nosso perfil do audiófilo master Michael Fremer “Por que precisamos de audiófilos”, provavelmente não ficará surpreso com a resposta inicial dos caras da Definitive ao serem questionados qual a diferença entre alto-falantes de US$ 10 e de US$ 10 mil: “Bem, deve ser porque eles soam melhores.” Até mesmo Steve nos disse: “Você não pode aplicar um índice do tipo ‘Consumer Reports’ a algo tão subjetivo quanto qualidade de áudio.”

Não, mas sério.

O objetivo de um alto-falante

O objetivo final de um alto-falante é “soar como a realidade” – o elusivo ópio dos viciados em audiofilia –, então, de uma maneira geral e não muito útil, o quanto ele se aproxima dessa realidade é a diferença entre o alto-falante bom e o ruim, o caro e o barato. Para ser um pouco mais técnico, a “especificação” é clareza: quanto menor a distorção do som original criada, melhor é o falante. Na verdade, praticamente qualquer outra especificação, qualquer número confuso impresso na caixa é totalmente insignificante, segundo Steve e os caras da Definitive. Steve destaca watts como “uma das especificações mais inúteis já criadas”. Se você tem que procurar um número ao comprar falantes, Steve diz que um que é “meio útil” é sensitividade/eficiência, que seria algo do tipo 90 dB @ 1 watt, que relaciona o quão alto um alto-falante tocará a um dado nível de potência.

Três características

Mas ao serem pressionados, há algumas qualidades que Paul e Matt, da Definitive, selecionam em alto-falantes fantásticos – o que eles chamam de “big three”:

• Mais gama dinâmica, ou simplesmente a capacidade de reproduzir com maior volume sem soar como lixo. Com bons falantes, você quer aumentar o volume cada vez mais, como ao acelerar um carro veloz.

• Melhor baixo. Isso não significa com volume maior, mas melhor. É mais melódico e não turvo – você realmente consegue ouvir notas individuais, um baixo acústico vertical sendo tangido.

• “Um timbre muito natural.” Timbre é a “cor do tom” ou o quão natural é o som – se você reproduz a voz de alguém conhecido em um alto-falante de excelente timbre, ele soa exatamente como a pessoa. Ou se dois diferentes instrumentos tocam a mesma nota, você deve ser capaz de diferenciá-los com muita facilidade e clareza.

Além disso, o que os audiófilos procuram é uma capacidade do alto-falante de criar uma imagem, uma figura – Mahoney faz alusão a isso no perfil de Fremer. Isto é, sua capacidade de criar um senso de som tridimensional. O problema definidor ao projetar alto-falantes, dizem os caras da Definitive, é que a “física é dogmática”. Então cada alto-falante é construído em volta de um conjunto de compromissos.

Tamanho

Para colocar isso em termos concretos – em vez de algo aparentemente religioso –, você não pode ter um alto-falante pequeno com bom som. Assim, uma qualidade determinante dos alto-falantes de seis dígitos é que eles são imensos, têm woofers e tweeters maiores. Mais área de superfície significa melhor som. Há também simplesmente mais drivers – adicionar um driver é meio como adicionar outra corda a uma guitarra, para criar um som com melhor nuança. Então, por exemplo, um alto-falante de US$ 300 de um “fabricante de qualidade” terá um woofer de 5¼” e um tweeter de 1”. Um par de alto-falantes de US$ 3.000 poderá ter dois drivers mid-range de 5¼” e um woofer de 10”.

Qualidade de montagem

Qualidade de montagem é o outro negócio. Uma “caixa morta”, ou uma caixa acústica que não cria som algum por conta própria – pois isso é distorção –, é chave e algo que custa muita grana. Você quer som apenas dos próprios drivers. A qualidade do woofer e do tweeter em si, obviamente, entra no jogo – a capacidade deles de lidar com mais potência, já que é isso o que se traduz em volume.

No extremo, diz Steve, eles podem simplesmente lidar com mais potência sem quebrar – conforme o fio de cobre interno se aquece, ele pode se deformar ou derreter, bagunçando o driver. Isso não ocorre com alto-falantes caros. Em termos de materiais exóticos ou construção, Steve menciona tweeters de fita, presentes apenas nos sistemas de alto-falantes mais sofisticados – eles são “literalmente uma peça de chapa de alumínio suspensa entre ímãs que vibra para frente e para trás” produzindo excelente clareza.  Alto-falantes melhores também têm intricadas redes divisoras para assegurar que os sinais certos vão aos lugares certos – eles ficam mais complicados conforme o preço aumenta.

Dinheiro

Então quanto você tem que gastar para ter um bom sistema na visão (audição?) de um audiófilo? A Definitive recomenda US$ 1.000 para uma configuração componente de home theater. (Em outras palavras, não compre um sistema de home theater in a box.) Você também pode conseguir um par de alto-falantes de “som neutro, natural” bem decente por US$ 300 – eles não serão impressionantes, nem excelentes como alguns, mas serão corretos. Não há um sistema de alto-falantes com um tamanho mágico que sirva para todas as condições. Isso depende do espaço e da situação. (Se o seu sofá fica contra uma parede, pule o surround 7.1, diz Steve.) Alto-falantes mais pesados tendem a soar melhor do que os mais leves, mas isso não é algo absoluto.

E qual é o limite superior? Bem, não há. Paul, da Definitive, diz que ouviu estes Krell Modulari Duo de US$ 65 mil no mês passado e ficou “mesmerizado”. É como vinho para enófilos, diz Paul. Ou como coloca Steve, de modo mais simples: “Para pessoas interessadas nisso, vale a pena.”

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