“Godzilla”: veja os bastidores do 1º filme japonês do monstro em 1954
Um ícone da cultura pop, “Godzilla”, ou “Gojira”, filme japonês de 1954, foi apenas o início da franquia que se estabeleceu como a mais antiga em atividade do mundo pelo Guinness World Records. São 36 filmes, livros, videogames, quadrinhos, brinquedos, entre outras coisas, além de inspirar Steven Spielberg na criação de “Jurassic Park” (1993).
No longa-metragem, testes nucleares dão origem a um réptil mutante de 50 metros de altura, cujos ataques apavoram os japoneses após o fim da Segunda Guerra Mundial no país. Então, as autoridades precisam conter o pânico da população e tentar deter a terrível ameaça.
O filme do diretor Ishirō Honda, com efeitos especiais (disponíveis na época) de Eiji Tsuburaya, contou com os atores Akira Takarada, Momoko Kōchi, Akihiko Hirata e Takashi Shimura, com Haruo Nakajima. Katsumi Tezuka era o temido Godzilla.
A criação de “Godzilla”
“Godzilla” estabeleceu o modelo de filmagem de efeitos especiais tokusatsu, que se tornou essencial no Japão. Além disso, ele ainda foi pioneiro nos efeitos suitmation, (no lugar de stop motion) que utiliza um dublê em uma fantasia realista para interpretar uma criatura de outra espécie. A fotografia principal durou 51 dias, enquanto a de efeitos especiais, 71.
Inicialmente, o monstro seria um polvo gigante. Outras ideias, como um gorila ou baleia, também surgiram. Mas o “Godzilla” acabou mesmo tornando-se um parente dos dinossauros. Três modelos de argila foram necessários para basear o traje do personagem.
A “fantasia”, feita por Kanju Yagi, Yasuei Yagi e Eizo Kaimai, usou varas finas de bambu e arame para a estrutura interior e malha de metal com amortecimento para reforçar a estrutura, finalizadas com camadas de látex. Para criar a pele escamosa, foram usadas camadas de borracha derretida e tiras de látex. Sua primeira versão pesava 100 quilos.
Além disso, para os close-ups (enquadramento fechado), foi criado um fantoche manual e mecânico em menor escala para soltar jatos de névoa da boca de Godzilla, representando sua respiração atômica.
Do que realmente fala “Godzilla”?
O filme retrata o holocausto nuclear da perspectiva do Japão e é uma metáfora para armas nucleares. De acordo com o produtor Tomoyuki Tanaka, “o tema do filme, do princípio, foi o terror da bomba”. “A humanidade criou a bomba, e agora a natureza iria se vingar da humanidade”, disse.
A fúria de Godzilla em Tóquio simboliza os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. A cena de abertura, que mostra a destruição de um navio japonês, é uma referência aos eventos do conflito. Na época, eles ainda eram recentes para o público japonês.
Confira as principais fotos dos bastidores:
Com informações de Rare Historical Photos.