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Golfinho de 25 milhões de anos usava dentes compridos para atordoar suas presas

Pesquisadores neo-zelandeses descobriram a espécie a partir de um crânio quase completo do animal, que fornece insights sobre sua dieta e técnicas de caça

ilustração de golfinho com presas nova zelandia

Imagem: Daniel Verhelst/Reprodução

Há 25 milhões de anos, baleias, tubarões gigantes e pinguins do tamanho de pessoas dividiram as águas da Nova Zelândia com outra criatura inusitada: um golfinho de cabeça achatada e dentes semelhantes a presas.

É o que afirmam pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, em estudo publicado na última quarta-feira (14).

Eles descobriram a nova espécie a partir de um crânio quase completo do animal, que está na coleção do Museu de Geologia da Universidade de Otago desde 1998, quando foi encontrado.

O fóssil longo e achatado tem 21 dentes no lugar e outros 21 separados. Vários dentes longos, incluindo todos os incisivos e caninos, estão posicionados horizontalmente.

O golfinho pré-histórico teria, então, um conjunto de dentes semelhantes a presas na frente de sua boca. Mas não mesmo presas, porque não poderiam crescer indefinidamente. (Hoje, os únicos cetáceos com presas são os narvais – sim, o “chifre” do animal é um dente canino em constante crescimento.)

Como são os dentes do golfinho

 

O fóssil tinha 21 dentes presos ao crânio quase completo. Imagem: Ambre Coste/Reprodução.

Os pesquisadores batizaram a nova espécie de Nihohae matakoi. Eles explicaram em comunicado que juntaram algumas palavras da língua Māori para formar o nome científico. “Niho” significa “dentes” e “hae”, “cortantes”. “Mata”, por sua vez, significa “ponta” ou “rosto”, e “koi” significa “afiado”.

Os dentes não apresentam desgaste significativo do esmalte, o que indica que o golfinho não os usava para procurar comida na areia nem processou presas abrasivas. Eles também são muito delicados, segundo os pesquisadores, para processarem presas grandes.

Em vez disso, o golfinho pré-histórico teria usado seu conjunto de dentes compridos para ferir e atordoar presas ao seu redor. “Você pode imaginar esses golfinhos nadando até um cardume de lulas e balançando suas cabeças para frente e para trás”, disse Ambre Coste, paleontóloga que liderou a pesquisa, para o New York Times.

A equipe espera entender melhor as antigas técnicas de caça dos golfinhos com análises mais aprofundadas dos dentes do Nihohae matakoi e futuras descobertas de fósseis.

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