O WikiLeaks pediu explicações ao Google depois de vir à tona que a gigante de buscas cedeu ao FBI emails e informações digitais de três membros do WikiLeaks, após receber ordens judiciais entregues em março de 2012.
Foram três anos para o Google admitir ao WikiLeaks que entregou dados digitais para as autoridades americanas. Em uma carta destinada a Eric Schmidt, presidente do Google, o WikiLeaks explica que está “surpreso e perturbado” que o Google tenha esperado tanto tempo para revelar isso. A carta salienta que a longa espera poderia impedir as chances da organização de proteger seus direitos a “privacidade, associação e de se libertar de buscas ilegais.” A carta ainda exige do Google uma lista com todo o conteúdo que foi cedido ao FBI e indaga se a empresa ao menos tentou impedir que as ordens judiciais fossem executadas.
O Google informou ao WikiLeaks do caso na véspera de Natal de 2014. Naquele momento, a Schmidt e Cia. apenas divulgou que teria respondido a uma ordem do Departamento de Justiça entregando informações digitais que incluíam emails e endereços de IP relacionados a Sarah Harrison, Kristinn Hrafnsson e Joseph Farrell, membros do WikiLeaks. O Google alega que a ordem judicial impedia a empresa de passar qualquer informação sobre o caso ao WikiLeaks, no entanto não definiu quando a ordem se reverteu.
O Google tem uma abordagem razoavelmente responsável aos pedidos judiciais do governo. Então, enquanto o WikiLeaks fica chocado que suas informações digitais tenham ido parar nas mãos do FBI, talvez seja injusto dizer que o Google agiu sem legitimidade aos pedidos do governo.
Não que isso seja de muito conforto a Kristinn Hrafnsson do WikiLeaks, que explicou ao Guardian que “saber que o FBI leu as palavras de consolo que escrevi a minha mãe sobre a morte de um parente me deixa enojada”. Estamos aguardando a resposta do Google.
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