O Project Wing é um programa “secreto” do Google para drones de entregas: trata-se de um veículo autônomo lançado verticalmente que voa até o destino e guincha o pacote até o chão. David Vos, líder do projeto, disse em um evento nos EUA que o serviço será lançado comercialmente em 2017. Será mesmo?
Segundo a BBC, o executivo do Google disse que “nosso objetivo é ter a operação comercial em funcionamento em 2017”.
Vimos recentemente um vídeo curto do Wing em funcionamento: o drone usa rotores para decolar verticalmente e pairar no ar, e usa uma linha de pesca para levar um pacote até o chão. No final da linha, há um conjunto de componentes eletrônicos apelidado de “ovo”, que detecta quando o pacote toca o chão e se separa dele.
Vos não forneceu detalhes sobre que tipo de pacotes serão entregues. Quando o Project Wing foi anunciado há um ano, a empresa dizia que poderia entregar de tudo – desde suprimentos de emergência a produtos do Google Shopping.
O Google vem realizando testes na Austrália e (com ajuda da NASA) nos EUA. Segundo a Reuters, a empresa está em negociações com a FAA – órgão que regulamenta a aviação nos EUA – para criar um sistema de controle de tráfego aéreo para drones conectados à internet. Assim, seria possível coordenar voos de veículos aéreos não tripulados em altitudes abaixo de 150 metros.
Vos afirma que esse sistema poderia ser criado nos próximos doze meses. Mas o prazo parece muito ambicioso, algo bastante comum em projetos do Google X.
Por exemplo, Sergey Brin prometeu que o Google Glass estaria pronto para os consumidores até 2014. Depois o prazo foi adiado para 2015, e novamente não foi cumprido. Agora, a empresa quer refazer o Glass do zero com o Project Aura, que só será revelado quando estiver realmente pronto.
Outro exemplo é o Project Ara. O smartphone modular do Google foi prometido para janeiro de 2015. Chegamos a janeiro, e a empresa disse que ele seria lançado em um piloto limitado em Porto Rico, território insular dos EUA, até o final de 2015. Aí o projeto foi adiado para 2016, porque os módulos removíveis estavam caindo do aparelho.
Até mesmo a Amazon, que também realiza testes de entrega por drones, é mais realista que o Google. Quando o protótipo do serviço PrimeAir foi revelado há algum tempo, o CEO Jeff Bezos disse que poderia demorar até 2018 ou 2019 para isso se tornar realidade.
Regulamentar os drones em geral leva tempo, e é apenas um dos empecilhos. Por isso, não espere ver veículos autônomos despejando encomendas do céu tão cedo – o Google quer nos deixar mais animados do que devia.