A comissão de proteção de dados da Irlanda anunciou uma nova investigação sobre o tratamento de dados de localização realizado pelo Google — mais especificamente, sobre a “legalidade do tratamento de dados de localização pelo Google e a transparência em torno desse processamento”.
A Comissão de Proteção de Dados disse nesta terça-feira (4) em uma declaração que vai investigar se o Google violou as regras que regem a forma como as empresas processam os dados de localização, bem como se a empresa “cumpre as suas obrigações como responsável pelo tratamento de dados no que diz respeito à transparência”.
Em uma declaração enviada ao Gizmodo por e-mail, um porta-voz do Google disse que a empresa “cooperará plenamente” com a investigação, acrescentando que, no último ano, o Google “fez uma série de alterações de produto para melhorar o nível de transparência para o usuário e oferecer controle sobre os dados de localização”.
“As pessoas devem ser capazes de entender e controlar como empresas como o Google usam dados de localização para fornecer serviços a elas”, disse a empresa.
Enfrentando a pressão de comissões de proteção de dados internacionais sobre a forma como lidam com os dados dos usuários, muitas grandes empresas de tecnologia – entre eles o Google – lançaram recursos e portais para dar aos consumidores maior controle sobre a forma como as empresas utilizam as informações.
Todos, do Google à Amazon, têm apostado em “privacidade” com ênfase na transparência – ou pelo menos na ilusão de transparência.
No ano passado, por exemplo, o Google lançou uma ferramenta para permitir que os usuários apagassem automaticamente os dados de atividade e localização após 3 meses ou 18 meses, em vez de exigir que eles apagassem esses dados manualmente.
Essas ferramentas, porém, nem sempre são intuitivas para muita gente, e muitos provavelmente desconhecem as inúmeras opções que o Google tem para acompanhar a atividade dos usuários.
Separadamente, a comissão de proteção de dados da Irlanda anunciou que também está investigando o Tinder, que pertence ao Match Group, e seu “tratamento contínuo de dados pessoais dos usuários no que diz respeito às suas atividades de processamento em relação à plataforma Tinder, à transparência em torno desse processamento contínuo e ao cumprimento das obrigações da empresa com relação aos pedidos de direitos do titular dos dados”.
“Transparência e proteção dos dados pessoais dos nossos usuários são muito importantes para nós”, disse o Match Group em uma declaração ao Gizmodo. “Estamos cooperando plenamente com a Comissão de Proteção de Dados e continuaremos a cumprir a GDPR e todas as leis aplicáveis.”