Google paga US$ 17 milhões por usar “jeitinho” ao rastrear usuários no navegador

No navegador Safari, os cookies de terceiros são bloqueados por padrão. Mas entre 2011 e 2012, o Google usou um código diferente para driblar isso e monitorar usuários. Por isso, a empresa teve que fazer acordo extrajudicial com 38 estados americanos, pagando um total de US$ 17 milhões. A maioria dos navegadores aceita todos os […]

No navegador Safari, os cookies de terceiros são bloqueados por padrão. Mas entre 2011 e 2012, o Google usou um código diferente para driblar isso e monitorar usuários. Por isso, a empresa teve que fazer acordo extrajudicial com 38 estados americanos, pagando um total de US$ 17 milhões.

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A maioria dos navegadores aceita todos os cookies, mas o Safari – tanto no desktop como no iPhone/iPad – só aceita os que forem gerados pelo site onde o usuário está. Ou seja, se um cookie do Google tenta se instalar quando você estiver em outro site, a instalação é bloqueada.

No entanto, o Google usou um jeitinho, burlando essa configuração em qualquer site com o botão +1 ou com anúncios do AdWords. Em vez de usar cookies diretamente, o Google fazia o Safari achar que o usuário enviou um formulário; daí, era possível enviar cookies ao navegador para rastrear os usuários – e eles nem faziam ideia disso.

Inicialmente, o Google disse que isso era algo inocente, lembrando que “cookies de propaganda não coletam informações pessoais”. No entanto, logo após a prática ser exposta, a empresa parou de usá-la.

A denúncia foi feita em fevereiro de 2012 pelo Wall Street Journal. Em agosto do mesmo ano, o Google recebeu multa recorde de US$ 22,5 milhões da FTC, órgão de proteção ao consumidor nos EUA. Mas a dor de cabeça não acabou: esta semana, a empresa fez acordo extrajudicial com o Ministério Público americano.

O procurador-geral Eric Schneiderman comemorou a notícia de que o Google chegou ao acordo milionário. Mas, considerando que o Google teve lucro líquido de quase US$ 3 bilhões no último trimestre, esta não é uma punição exatamente severa.

Além de pagar esse dinheiro, o Google concordou em seguir estas regras: não implantar código para burlar o bloqueio de cookies nos navegadores; não deturpar ou omitir informações relevantes para os consumidores; e melhorar a informação dada aos consumidores sobre cookies.

Mas, como o Google depende de propaganda, a empresa certamente continuará testando os limites da privacidade. Para rastrear usuários, o Google estaria criando um substituto para os cookies de navegador – um supercookie chamado AdID. E há um programa beta para saber quais lojas você frequenta através do seu smartphone.

Sabemos que, se não estamos pagando para usar um produto, nós somos o produto. No entanto, mais transparência é um direito que todo usuário deveria ter. [via Valleywag]

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