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Google Now quer responder as suas perguntas antes mesmo que você as faça

Foram vários os anúncios do Google hoje, incluindo um punhado de novidades no Jelly Bean, a nova versão do Android. Dentre eles está o Google Now, um assistente pessoal que te dá respostas antes mesmo que você faça as perguntas. Antes até que você se veja com essas dúvidas. Incrível ou assustador? O Google Now […]

Google Now

Foram vários os anúncios do Google hoje, incluindo um punhado de novidades no Jelly Bean, a nova versão do Android. Dentre eles está o Google Now, um assistente pessoal que te dá respostas antes mesmo que você faça as perguntas. Antes até que você se veja com essas dúvidas. Incrível ou assustador?

O Google Now trabalha com um sistema de cartões que, baseado em sua agenda, localização, histórico de pesquisas e outros dados, compila informações que o Google acredita lhes serão úteis. Tudo automaticamente, sem intervenções do usuário.

Para ilustrar a utilidade do Now, o Google apresentou três casos de uso. No primeiro, o sistema toma por base a agenda, dados de tráfego e a sua localização para alertá-lo sobre compromissos e sugerir as rotas, a pé ou utilizando o transporte público, mais rápidas. Em seguida, imaginou um usuário pesquisando por passagens de avião e sendo agraciado com um cartão que traz informações de embarque, alertas de atraso e outras informações, mais outro “cartão gringo”, com conversor de moedas e frases clichês para se comunicar no idioma do destino — baseado na sua localização. Por fim, e talvez o mais assustador, o Google Now apresentou resultados e notícias do seu time do coração sem você ter dito para quem torce. Como o ele sabe? Pelo seu histórico de pesquisas.

Tudo isso dá um tom meio “futuro dos Jetsons” ou 1984, dependendo do quão inclinado a teorias da conspiração ou não você seja. É interessante pensar em soluções tão cômodas na palma da mão sem que precisemos mexer um músculo para até mesmo requisitá-las. Ao mesmo tempo, coisas assim revelam o quanto empresas como o Google sabem sobre a gente — é bastante. É igual refrigerante e macarrão instantâneo: você sabe que faz mal, mas quando alguém joga isso na tua cara com exemplos práticos, levantamos uma sobrancelha e fazemos cara de espanto.

Para além da privacidade, existem outros pontos que precisam ser ligados para fazer a mágica funcionar. Conexão confiável, por exemplo. No show de paraquedas do Google Glass, foi usado um roteador wireless na mochila do paraquedista por onde os óculos faziam a transmissão. Se lá, nos EUA com 4G a todo vapor, situações não convencionais como essa já exigem gambiarras, imagine por aqui, onde o 3G não funciona direito (com sorte) e o 4G ainda está no papel? E existem outras fontes, como a oferta de dados públicos como os de transportes e de competições esportivas, que precisam estar disponíveis para que o sistema funcione a contento. Há inúmeros níveis de dependência envolvidos em conexões frágeis e de pouca confiança.

Se o Google Now vai funcionar tão lindamente como na demonstração feita no palco, ninguém sabe. E isso nos dá tempo para digerir e discutir esse novo “American way of life” que o Google (e outras empresas, a bem da verdade) querem nos empurrar. Óculos, assistentes pessoais que sabem mais das nossas vidas do que nós mesmos, Internet ubíqua, computação onipresente… Você se sente confortável em meio a tudo isso? Jetsons ou 1984, como você vê o nosso futuro?

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