O Google iniciou um processo contra o Uber no mês passado, alegando que a empresa de corridas particulares, em conluio com um dos seus ex-engenheiros, roubou segredos comerciais e projetos proprietários da Waymo – divisão do Google focada no desenvolvimento de carros autônomos. Nesta semana, os advogados do Uber apresentaram uma moção para colocar o caso em conciliação.
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A moção revelou pela primeira vez que o Google já tinha apresentado previamente duas demandas de arbitragem contra o ex-engenheiro, Anthony Levandowski. As demandas afirmavam que Levandowski utilizou informações confidenciais sobre salários de empregos para convencer ex-colegas de trabalho a aceitar propostas da sua própria empresa de carros autônomos, a Otto, que o Uber comprou por US$ 680 milhões. Os advogados do Uber estão tentando agora usar essa arbitragem prévia como um argumento de que o novo caso deveria ser tratado fora do tribunal público também.
O New York Times explica:
O Uber quer resolver o processo em arbitragem, argumentando que a alegação da Waymo tem como base a época em que o Sr. Levandowski estava no Google e está coberta por uma cláusula de arbitragem em seu contrato empregatício.
Na moção realizada na quarta-feira, o Uber disse que a Waymo apresentou duas demandas de arbitragem contra o Sr. Levandowski em outubro, dizendo que ele abusou do acordo de confidencialidade em seu contrato empregatício com o Google quando usou informações salariais confidenciais para realizar “ofertas direcionadas para empregados da Waymo” a favor do Uber e Otto. Do mesmo modo, ele usou a informação para induzir “empregados da Waymo para se juntar a uma iniciativa concorrente de carros autônomos”, de acordo com os documentos da corte.
Arturo Gonzalez, um dos advogados do Uber, escreve no pedido: “As disposições amplas de arbitragem nos contratos de trabalho de Levandowski exigem que os litígios com qualquer pessoa resultante ou relacionada com o emprego de Levandowski devem ser arbitrados”.
É compreensível que o Uber queira lidar com o processo em arbitragem, principalmente pela velocidade em comparação com um processo federal. Mas o que é estranho é que eles estão procurando fazer esse movimento apenas para os segredos comerciais e as reivindicações de concorrência desleal, as quais afirma serem sem méritos. Para o Uber, as alegações da Waymo sobre violação de patente devem continuar na corte federal.
Será que o Uber acha que tem chance maior de se sair vencedor por meio de conciliação? Ou estão preocupados que uma batalha judicial pelas suas práticas obscuras possa manchar ainda mais a já terrível reputação? Talvez, eles estejam preocupados com a possibilidade de um júri predisposto a não gostar de Uber. Seja qual for o raciocínio, será uma batalha pesada.
Imagem do topo: AP