Oposição dá “goleada” em redes sociais, diz documento interno do governo

O documento interno circulou esta semana entre ministros, dirigentes do PT e assessores do Lula. Você pode ler o texto na íntegra a seguir.

Em meio a protestos de rua, panelaços, denúncias de corrupção e economia patinando, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República considera, em uma análise interna obtida pelo Estadão, que a comunicação do governo tem sido “errada e errática” e que a oposição dá “goleada” nas redes sociais.

Discussões políticas à parte, é interessante notar como Twitter, Facebook, WhatsApp e afins são tratados abertamente como campos de disputa política.

Segundo o Estadão, o documento interno circulou esta semana entre ministros, dirigentes do PT e assessores do Lula. Ele foi pubicado na íntegra pela Folha de S. Paulo, e você pode lê-lo abaixo.

Sem assinatura ou identificação, o texto diz:

Em estimativas iniciais, a manutenção dos robôs do PSDB, a geração de conteúdo nos sites pró-impeachment e o pagamento pelo envio de Whatsapp significaram um gasto de quase R$ 10 milhões entre novembro e março. Deu resultado. Em fevereiro as mensagens/textos/vídeos oposicionistas conseguiram a capacidade de atingir 80 milhões de brasileiros. As páginas do Planalto mais as do PT, 22 milhões. Ou seja, se fosse uma partida de futebol estamos entrando em campo perdendo de 8 a 2.

O documento coloca como motivos desta “goleada” a o descolamento entre o governo e a militância, principalmente depois da nomeação de Joaquim Levy como Ministro da Fazenda e do chamado ajuste fiscal — o texto fala em “mágoa dos eleitores de Dilma”.

Além disso, é citado como motivo o isolamento do governo federal nas redes sociais: a presença foi forte durante a campanha eleitoral de 2014, mas depois se abrandou. Segundo o comunicado interno, a oposição não seguiu esse caminho:

A tática do PSDB foi exatamente a oposta. Cerca de 50 robôs usados na campanha de Aécio continuaram a operar mesmo depois da derrota de outubro. Isso significou um fluxo contínuo de material anti-Dilma.

O documento reconhece também que não é apenas uma questão de má comunicação. “Não adianta falar que a inflação está sob controle quando o eleitor vê o preço da gasolina subir 20% de novembro para cá ou a sua conta de luz saltar em 33%. O dado oficial IPCA conta menos do que ele sente no bolso.”

Na parte “Como virar o jogo”, o documento sugere aumentar a exposição da presidente Dilma Rousseff e mudar o núcleo de Comunicação Social, reforçando as páginas oficiais do governo na internet. No entanto, o tom usado e as metáforas usadas para analisar a questão são, no mínimo, esquisitos, como você pode conferir no documento abaixo.

O autor desconhecido sabe, no entanto, que não bastam tweets e textões para tentar salvar a imagem do governo: “dá para recuperar as redes, mas é preciso, antes, recuperar as ruas”. [Estadão via TerraFolha]


Crédito da imagem: AP Photo/Andre Penner

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