Você já ouviu essa história aqui no Brasil: as autoridades estão investigando criminosos e precisam acessar dados de plataformas de empresas de tecnologia — em alguns casos, o não cumprimento (ou impossibilidade de atender os pedidos da Justiça) fez, por exemplo, que ficássemos um tempo sem WhatsApp.
• Pedido de bloqueio do WhatsApp é em decorrência de investigação de “facções criminosas”
Agora, o governo dos Estados Unidos está pedindo para o Facebook fazer uma espécie de “grampo” para ouvir a conversa de suspeitos no Messenger, como parte de uma investigação sobre o MS-13 (uma gangue formanda por latinos), segundo reporta a Reuters.
A agência de notícias informa que três perfis estão envolvidos na investigação criminal. Fontes anônimas disseram que o Facebook está contestando o pedido feito pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Uma fonte ouvida pela Reuters disse que o assunto tem relação com uma investigação sobre a gangue MS-13, um assunto recorrente nos discursos do presidente Donald Trump — geralmente, ele cita a organização criminosa como justificativa para leis migratórias mais fortes.
Em maio, Trump se referiu à gangue como “animais” após a xerife de Fresno County, na Califórnia, ter dito que as leis estaduais interferem no seu trabalho de prender membros do MS-13 — a Califórnia é um estado santuário que, na prática, significa que é uma região em que se protege os imigrantes de deportações.
A investigação que levou a esse caso de “escuta” no Facebook Messenger começou em Fresno, como informa a Reuters. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o Facebook não se pronunciaram sobre a reportagem da agência de notícias. Posteriormente, quando contatado pelo Gizmodo, o Facebook também se negou a comentar o assunto.
Um juiz federal tomou conhecimento do caso na Califórnia na última terça-feira (14). O Departamento de Justiça quer que o Facebook cumpra a decisão judicial. Por ora, não há registros públicos sobre o caso, que está sendo conduzido em sigilo, ou a possibilidade de a rede ficar indisponível, caso não cumpra a ordem.
[Reuters]
Foto do topo por Getty