Setembro de 2023 foi o mês 9 mais quente jamais registrado, de acordo com cientistas do Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS, na sigla em inglês) da NASA. Um gráfico elaborado pela equipe do GISS mostrou que o mês também bateu o recorde da maior diferença em relação à média de longo prazo.
“O que é notável é que estes valores recorde estão acontecendo antes do pico do El Nino, enquanto em 2016 os valores recordes anteriores aconteceram na primavera, após o pico”, disse Gavin Schmidt, diretor do GISS em um comunicado.
A imagem mostra que as temperaturas avançam de janeiro a dezembro, aumentando durante os meses mais quentes e caindo durante os meses mais frios. A cor de cada linha representa o ano, com roxos mais frios para a década de 1960 e laranjas e amarelos mais quentes para os anos mais recentes.
Uma tendência de aquecimento a longo prazo pode ser observada à medida que a altura de cada mês aumenta ao longo do tempo, como resultado das atividades humanas que libertam gases com efeito de estufa, como o dióxido de carbono, na atmosfera.
Veja gráfico da NASA que mostra aquecimento do planeta:
Efeito do El Niño
El Niño é um fenômeno natural que torna as águas da região equatorial do Oceano Pacífico mais quentes, o El Niño transforma também a circulação de ar. Ou seja, isso faz com que ele afete a distribuição de umidade e as temperaturas diversas áreas do planeta.
O gráfico da NASA mostra que agora as ondas de calor estão acontecendo mesmo antes do pico do fenômeno. Segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), o El Niño deverá atingir o seu pico no verão brasileiro de 2024.
Neste período, a tendência é que as condições extremas no clima fiquem mais evidentes.
Censo climático da ONU
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão da ONU para as mudanças climáticas, publicou em agosto deste ano o novo censo climático de 140 países. A OMM fez o levantamento em conjunto com os Centros Nacionais de Informações Ambientais dos Estados Unidos.
Os dados revelaram que, em 2022, a temperatura média global ficou cerca de 1,15°C acima do que era na fase pré-industrial. Anteriormente, em 2021, a temperatura média global era 1,1 °C acima do limite pré-industrial.
Em 2023, já é possível perceber que a tendência é que o planeta continue aquecendo em ritmo acelerado. Julho deste ano foi o mês mais quente já registrado no planeta, com temperatura 0,33ºC maior do que o recorde anterior.