Nas últimas semanas, a Guerra na Ucrânia tem entrado numa nova fase, em que a ameaça nuclear tem se tornado mais intensa. Agora, os dois lados do confronto têm se acusado mutuamente de planejarem ataques com o uso de armas radioativas — mais precisamente, do tipo “bomba suja”.
A arma é uma bomba “não nuclear” que carrega materiais radioativos. Por mais que elas não tenham o mesmo poder de destruição de bombas nucleares convencionais, as bombas sujas também são perigosas, pois podem contaminar pequenas áreas, assim como as pessoas ali presentes, seja por contato direto ou inalação de substâncias radioativas.
Ela é fabricada ao misturar materiais radioativos em uma bomba convencional, e usar a força da explosão para espalhar o material sobre uma determinada área. As bombas sujas também podem ser usadas para espalhar materiais biológicos ou químicos.
No local da explosão, as pessoas próximas são expostas a níveis de radiação que causam doenças graves. No médio e longo prazo, pessoas em um raio mais amplo seriam contaminadas pela radiação espalhada pelo vento ou a partir da água e alimentos contaminados.
Na prática, esse tipo de arma não teria o objetivo de destruir ou matar pessoas em massa, mas apenas incitar um pânico generalizado na população. Conforme apontou a Comissão Reguladora Nuclear dos Estados Unidos, “a contaminação e a ansiedade são os principais objetivos” dessa arma.
No último domingo (23), o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy acusou Moscou de planejar um ataque contra o seu país com uma “bomba suja” radioativa. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou a jornalistas que a acusação “não é uma conversa séria“.
Por outro lado, o jornal americano Barron’s afirma que os russos dizem que, na verdade, são os ucranianos que estão construindo “bombas sujas” com o objetivo de usá-las contra as tropas russas.
Para construir uma bomba nuclear é preciso capacidades de enriquecimento de urânio – tecnologia esta que poucos países possuem. Porém, para as bombas sujas, o material radioativo necessário para construí-las poderia vir de hospitais — retiradas de máquinas de raio X, por exemplo.
Até o momento, não há registros da detonação de uma bomba suja radioativa durante um confronto. Porém, como lembrou o noticiário americano, terroristas planejavam construir esse tipo de bomba para o ataque em Bruxelas, que ocorreu em março de 2016.