Tudo o que você precisa saber sobre a tecnologia de tela do seu celular e TV
A tecnologia por trás da tela do seu celular, ou até mesmo da sua TV, é bem diferente do que era dez anos atrás. Mais cores, mais pixels e muito mais siglas e termos complexos que significam algo – mesmo que você não faça ideia do que seja. A tecnologia de display em 2017 é um negócio complicado, mas se você entender alguns conceitos básicos e algumas das siglas, tudo começa a ser tão claro quanto a linda imagem que sai do iPhone da onde você pode estar lendo isso.
Existem muitos detalhes e diferenças, mas no nível mais fundamental você tem duas maneiras concorrentes de fazer um display. Quando você entende o básico do OLED contra o LCD, as coisas começam a fazer muito mais sentido.
Básico dos displays: OLED vs LCD
Seja qual for o tipo de gadget com tela que você encontre, de telefones a TVs, ele também terá uma tela baseada na tecnologia OLED (Organic Light-Emitting Diode) ou na tecnologia LCD (Liquid Crystal Display).
O iPhone 7, está no campo do LCD. (Imagem: Alex Cranz/Gizmodo)
O LCD usa uma camada extra de retroiluminação para acender os pixels. A fonte de luz geralmente é de LED. Em displays mais baratos, freqüentemente encontrados em TVs e laptops, os LEDs estão localizados apenas nas bordas da tela, o que causa bordas mais brilhantes e um centro ligeiramente mais fraco. A maioria dos telefones com base em LCD e TVs mais caras tem a retroiluminação completa. Os LEDs estão em toda a parte de trás do display, reduzindo os pontos fracos e muitas vezes apresentando melhor contraste e controle de níveis de luz.
OLED leva as coisas um pouco além. Os pixels de uma tela OLED se iluminam quando uma corrente elétrica é transmitida. Dessa forma, o brilho de uma tela OLED pode ser controlado pixel por pixel. Isso é ótimo para dispositivos móveis, onde pixels menos iluminados resultam em menos energia consumida, e também é bom para TVs de ponta, onde um melhor controle de luz significa uma imagem mais realista das cenas.
Agora, você provavelmente está apenas querendo saber qual é o melhor, mas não há uma resposta fácil, os fabricantes adotam suas próprias tecnologias proprietárias em cima dessas telas, e assim uma tela OLED não necessariamente vence de uma tela LCD ou vice-versa. No entanto, podemos falar um pouco sobre as vantagens e desvantagens de cada tipo de display.
O Samsung Galaxy S8, está no campo do OLED. (Imagem: Alex Cranz/Gizmodo)
Normalmente, as telas OLED são conhecidas por tempos de resposta mais rápidos e melhores contrastes, os pixels pretos OLED são completamente apagados, sendo que os pixels pretos do LCD são apenas menos brilhantes. Os displays usando a tecnologia OLED têm grandes ângulos de visão e uma gama de cores mais ampla, e também abrem a porta para exibições curvas e flexíveis (é por isso que a Apple terá que fazer a mudança se quiser um iPhone curvo).
Você pode notar que não vê o OLED sendo usado em muitos monitores ainda, porque os fabricantes estão lutando para obter as taxas de rendimento (o número de painéis de trabalho versus o número de falhas) alto o suficiente para torná-los rentáveis. Isso não importa muito nos telefones, onde as telas são menores e mais baratas, ou aparelhos de televisão, onde altos preços querem dizer que os custos podem ser recuperados.
Há também a questão das imagens estáticas que ficam “queimadas” na tela, uma desvantagem tradicional na tecnologia OLED. As telas de smartphone geralmente desligam após alguns segundos, e as telas de TV mostram imagens constantemente em movimento, mas ainda é um problema para os monitores que os fabricantes estão tentando superar.
Por outro lado, as telas LCD, falando em termos gerais, gastam menos energia quando mostra cores, e geralmente tem uma imagem mais nítida e fácil de ver ao ar livre, e (alguns diriam) oferecem uma reprodução de cores mais natural. Do ponto de vista da fabricação, as telas LCD são mais baratas de produzir também.
Com a série DX900, a Panasonic está tentando deixar o LCD mais como o OLED. (Imagem: Panasonic)
Isso faz uma grande diferença quando se trata dos tamanhos de TV, e é por isso que as TVs OLED são mais caras agora. A verdade é que tanto o OLED quanto o LCD foram ajustados e melhoraram significativamente nos últimos anos, corrigindo muitas das suas fraquezas respectivas, de modo que as diferenças tradicionais entre os dois já não são tão significativas quanto antes.
As mais recentes TVs da Panasonic, por exemplo, usam uma tecnologia especial chamada ‘honeycomb’ para melhorar o desempenho de contraste de suas telas LCD para competir com o OLED. Da mesma forma, a tecnologia Quantum Dots nas TVs Q9 de alta qualidade da Samsung foi projetada para melhorar a reprodução de cores e competir melhor com o OLED.
Inovações como estas estão aparecendo constantemente no mercado, então ler a resenha de uma televisão em 2017 provavelmente dá uma melhor ideia do tipo e qualidade de exibição do aparelho, mais do fato dela ser um display OLED ou LCD.
Resoluções confusas e densidade de pixels
Um aspecto da sua TV, telefone ou laptop que não é tão claro é a resolução. A resolução é a especificação de exibição mais comum que você verá, além do tipo de exibição. Ela diz quantos pixels podem ser exibidos, mais pixels significa que é mais fácil ver detalhes mais finos. Em um telefone, as resoluções comuns são 1920 x 1080 (Full HD) ou 2560 x 1440 (QHD); Nas TVs, o 4K (3840 x 2160) está se tornando o padrão. 5K (5120 × 2880) também está ganhando popularidade, notavelmente nos mais novos iMacs da Apple.
No entanto, de forma frustrante, se a resolução faz ou não muita diferença em certos tamanhos de tela é um ponto confuso, se você estiver sentado a mais de 6 metros da TV não há diferença discernível entre uma resolução de 4K e 1080p. Na verdade, o que importa é a densidade de pixels. Isso deve ser o mesmo que a resolução do display, certo? Errado.
Imagem: Christina Warren/Gizmodo
A Apple introduziu o termo “Retina” lá em 2010 para se referir a uma resolução de tela onde era impossível identificar pixels individuais a olho nu a uma distância de visualização normal. Por exemplo: o iPhone 7 Plus possui uma resolução de exibição de 1920 x 1080. Em uma TV de 55 polegadas seria igual a uma densidade de pixels de 40 pixels por polegada. No entanto, o iPhone 7 Plus tem dez vezes mais pixels compactados na sua tela (401 ppi).
Priorizar a densidade de pixels sobre a resolução de exibição tornou-se extremamente popular em dispositivos móveis. Então ao tentar decidir sobre um dispositivo, veja a resolução e, em seguida, veja os pixels por polegada. Quanto mais alto o PPI melhor a imagem na tela de perto.
A taxa de atualização mantém as coisas se movendo
As TV de ponta da LG. Imagem: LG
Se você está comprando uma TV ou um monitor para jogar, as taxas de atualização são importantes. Elas são literalmente a velocidade com que a tela se atualiza: 120Hz significa 120 atualizações por segundo. Uma taxa de atualização mais alta, e seus esportes e jogos de videogame vão ficar mais suaves, enquanto os filmes vão ganhar um pouco da magia de um vídeo barato, que pode ser ou não do seu agrado.
Mas fique atento para quando uma TV ou monitor afirma ter uma taxa de atualização “efetiva”. A taxa de atualização nativa é o do que o painel é capaz. A taxa de atualização “efetiva” geralmente é muito maior e envolve algum tipo de truque de vídeo para imitar o que uma taxa de atualização mais alta apresentaria. Isso parece ótimo até quando o truque falha, então você terá muita instabilidade no que está vendo, de bolas de futebol sumindo, até cabeças de super heróis sumindo e aparecendo de novo.
A magia de taxa de atualização “efetiva” é um problema pequeno nas telas menores dos smartphones, com os aparelhos principais geralmente ficando em 60Hz na maioria dos casos. Curiosamente, o novo iPad Pro possui uma taxa de atualização dinamicamente variável de até 120Hz, permitindo uma melhor capacidade de resposta quando você usa o Apple Pencil ou com o toque do dedo na tela.
HDR, UHD e outras delícias
Uma das especificações de exibição mais recentes é o HDR, ou High Dynamic Range, sobre o qual já falamos antes. Os monitores habilitados para HDR oferecem um melhor equilíbrio entre as partes mais escuras e as mais claras de uma imagem, de modo que você ainda possa ver os detalhes em uma área muito escura ou muito brilhante da tela ao mesmo tempo. Também melhora a gama de cores, a variedade de cores que o display pode mostrar.
O Samsung Q9 pode suportar múltiplos formatos HDR. Imagem: Alex Cranz/Gizmodo
Mas já que a vida nunca é simples, existem formatos competidores de HDR para considerar: o popular e livre para ser licenciado HDR10, o mais inteligente mas mais caro Dolby Vision e o novo híbrido Gamma (HLG), que oferece compatibilidade com versões anteriores. Você pode ver um ou mais desses padrões sendo adotados pela sua próxima TV.
O corpo industrial da UHD Alliance incluiu o selo de aprovação HDR ou Ultra HDR para TVs e outros dispositivos, dando um valor mínimo para as cores, brilho, taxa de atualização, áudio e outros aspectos que tornam o 4K um display melhor. Tanto as televisões LED LCD quanto OLED fizeram o bastante para ganhar o selo, o que nos leva de volta ao ponto anterior que esses padrões são próximos o bastante em termos de resultado.
O monitor da Dell UP3017Q OLED . Imagem: Dell
À medida que a tecnologia de display se desenvolve, você pode esperar que os fabricantes criem ainda mais melhorias em cima dos fundamentos do LCD e OLED e adicionem termos e siglas ainda mais confusas na coisa toda. Certa forma, a tecnologia base não importa, desde que você tenha uma boa tela à sua frente.
O que importa mais são as especificações como resolução e suporte HDR que já mencionamos, então você deve agora ter uma melhor compreensão do que procurar na próxima vez que você estiver no mercado para um dispositivo (ou uma melhor compreensão do que você já tem)… pelo menos até a próxima CES.
Imagem do topo: Rodion Kutsaev/Unsplash