Hábito de beijar banalizado na Idade do Bronze espalhou a herpes
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, encontraram uma relação entre a herpes moderna e a intensa migração para o oeste da Europa durante a Idade do Bronze.
De acordo com os cientistas, o vírus causador da infecção evoluiu após a disseminação da prática do beijo levada pelos novos moradores.
Eles chegaram a tal conclusão após analisar restos mortais desenterrados no Reino Unido, Rússia e Países Baixos. No total, a equipe encontrou quatro esqueletos humanos que traziam sinais do vírus em seus dentes. O estudo completo foi publicado na revista Science Advances.
A amostra mais antiga pertencia a um homem escavado nos Montes Urais, na Rússia, quemorto há cerca de 1.500 anos atrás. Havia indícios de outros dois homens, ambos na casa dos 20 a 30 anos. O primeiro morreu em Cambridge durante o século 14, enquanto o outro foi vítima de um ataque às margens do rio Reno no século 17. O último esqueleto remetia a uma mulher de 30 a 40 anos enterrada em um cemitério anglo-saxão em Cambridge.
Os cientistas compararam as evidências com o vírus herpes simplex (HSV-1), responsável pela herpes moderna. Então, notaram que o patógeno sofreu pouquíssimas alterações desde a Idade do Bronze, sugerindo que ele se disseminou nesta época.
O primeiro registro conhecido que remete ao ato de beijar está em um manuscrito da Idade do Bronze encontrado no sul da Ásia. Sabe-se ainda que, na época em questão, houve uma intensa migração da Eurásia para o oeste do continente.
Novas práticas culturais foram disseminadas entre os povos que habitavam a região, o que pode ter incluído o hábito de beijar outras pessoas.
Isso não quer dizer que o vírus não existia, ele apenas não era transmitido em larga escala. A troca de afeto contribuiu para sua rápida e constante evolução.