O ataque hacker ao Yahoo em 2014, que atingiu 500 milhões de pessoas, segue gerando manchetes. Agora, no entanto, com um tom de encerramento. O canadense Karim Baratov, de 23 anos, foi condenado a cinco anos de prisão pela Justiça americana por fraude computacional por ajudar agentes russos a hackearem a companhia.
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Baratov foi acusado pelos Estados Unidos por um esquema de hacking que estaria ligado ao Serviço Federal de Segurança da Rússia, embora a defesa do hacker alegue que ele não sabia que estava trabalhando para russos. Em novembro do ano passado, o canadense se declarou culpado de conspirar para cometer fraude computacional e roubo de identidade. A lista de vítimas nos EUA incluiu a Casa Branca e corporações militares e diplomáticas.
Para enganar os usuários, Baratov utilizou uma técnica de phishing para obter as senhas e então as transferiu para os agentes russos em troca de dinheiro, em um montante que as autoridades acreditem chegar a cerca de US$ 1,1 milhão. Baratov admitiu ter hackeado pelo menos 80 contas de e-mail para os russos, mas seus números totais, entre 2010 e março de 2017, mês de sua prisão, são de 11 mil emails invadidos.
Baratov gosta de carros caros (Divulgação/Facebook)
Em comunicado, o procurador interino Alex G. Tse afirmou que a decisão da Justiça é uma mensagem a hackers que participam de ciberataques patrocinados por nações-estado: “A sentença imposta reflete a seriedade do ‘hacking de aluguel’. Hackers como o Baratov fazem seus negócios sem consideração pelos objetivos criminais das pessoas que os contratam e os pagam. Esses hackers não são agentes pequenos; são uma ferramenta essencial usada por criminosos para obter e explorar informações pessoais ilegalmente”.
O juiz distrital dos EUA Vince Chhabria, durante audiência no mês passado, demonstrou preocupação de que Baratov pudesse ser injustamente tratado como grande responsável pelo hacking na mídia, já que era apenas um contratado. Os procuradores buscavam uma sentença de sete anos e dez meses, enquanto a defesa do canadense pedia três anos e nove meses.
Chhabria afirmou, durante a audiência desta terça-feira, que a necessidade de dissuasão da participação de outros hackers em esquemas parecidos pedia uma condenação mais rigorosa, enquanto as circunstâncias e a história pessoal de Baratov apontavam para clemência. A decisão acabou sendo pelos cinco anos de prisão, além de uma multa de US$ 250 mil.
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