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Hacker diz ter fraudado eleições no Brasil sem invadir urna eletrônica

A urna eletrônica é objeto de polêmica no Brasil: muitos especialistas dizem que ela é passível de fraude. Mas parece que ela não é o único problema: um hacker, aparentemente vivendo sob proteção policial, diz ter fraudado o resultado de eleições este ano – e sem invadir qualquer urna eletrônica. No seminário “A urna eletrônica […]

A urna eletrônica é objeto de polêmica no Brasil: muitos especialistas dizem que ela é passível de fraude. Mas parece que ela não é o único problema: um hacker, aparentemente vivendo sob proteção policial, diz ter fraudado o resultado de eleições este ano – e sem invadir qualquer urna eletrônica.

No seminário “A urna eletrônica é confiável?”, realizado no Rio de Janeiro por institutos ligados ao PR e PDT, o hacker Rangel afirmou que teve acesso ilegal à intranet da Justiça Eleitoral no RJ, e que modificou resultados para beneficiar candidatos da Região dos Lagos. Um dos beneficiados seria o deputado Paulo Melo (PMDB), atual presidente da Assembleia Legislativa do RJ (Alerj).

Rangel, de 19 anos, ainda disse que não atuava sozinho: ele fazia parte de um pequeno grupo que alterava resultados antes de serem enviados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Como? Tendo acesso privilegiado à rede da Oi, que fornece a infraestrutura para a Justiça Eleitoral do RJ. Eis o que ele diz:

A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada.

As acusações são mesmo reais? Bem, Rangel disse que já prestou depoimento na Polícia Federal, mas ainda não vimos nenhuma declaração pública a respeito. Por isso, a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR) prometeu investigar mais o assunto; enquanto Fernando Peregrino (PR), que organizou o seminário, diz que vai levar a denúncia “às últimas consequências”.

Além da rede, as próprias urnas eletrônicas são rodeadas por certa desconfiança: o voto é apenas digitalizado, o que aumenta o potencial de fraudes; não há auditoria independente dos votos; e ela pode ser invadida com as ferramentas certas. Alternativas não faltam: em outros países, ou o voto é impresso (além de ser digitalizado), ou ele é associado a um código que você pode usar depois para checar seu voto após as eleições.

Se for confirmada, a invasão à rede da Justiça Eleitoral será, para ela, mais uma dor de cabeça. Caso haja mesmo fragilidades em sua rede – que ela garante ser segura – teremos que reavaliar a forma como votamos no Brasil. [Portal PDT via Silvio Meira]

Foto: Divulgação

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