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[Hands-on] HP Topshot Laserjet Pro M275 – Expectativa X Realidade

É difícil uma impressora impressionar hoje em dia — há anos não vemos algo realmente inovador nesse campo, e por isso fiquei empolgada com as possibilidades da Topshot da HP. No vídeo de apresentação, parece que que  ela não é simplesmente a habitual copiadora/impressora/scanner, mas algo que também faz a “digitalização de objetos em 3D”. Fiquei […]

É difícil uma impressora impressionar hoje em dia — há anos não vemos algo realmente inovador nesse campo, e por isso fiquei empolgada com as possibilidades da Topshot da HP. No vídeo de apresentação, parece que que  ela não é simplesmente a habitual copiadora/impressora/scanner, mas algo que também faz a “digitalização de objetos em 3D”. Fiquei imaginando o tempo que teria economizado nas aulas de design de embalagem e as facilidades com mockups digitais. Mas depois de um tempinho brincando com o produto, percebi que a realidade não seria bem assim.

Dê uma olhada no vídeo aí embaixo. Não é empolgante? Pois bem. Para este semi-review, o ponto que foquei em analisar foi a função de digitalização de objetos 3D, por ser o verdadeiro diferencial da impressora e também para tentar explorar as possibilidades dessa função como designer.

E como funciona o “Digitalizar 3D” da Topshot? Em vez de escanear com laser e tudo, a impressora tira várias fotos, com flashes diferentes para dar mais impressão de profundidade. São 3 fotos com luz ambiente e 3 fotos com flash que são combinadas para criar uma imagem em alta resolução. O resultado foi levemente diferente do que eu tinha em mente.

 

Expectativa x Realidade

Pela propaganda, eu esperava que colocando o objeto na multifuncional, ela fosse tirar fotos de vários ângulos realmente diferentes (visão aérea, visão lateral, etc). Seria legal se aquele braço se movesse e realmente, sabe, escaneasse em 3D, como naqueles filmes legais.  Mas não é isso. Ela tira fotos de ângulos sutilmente diferentes apenas para dar uma leve impressão de volume. As minhas expectativas não eram tão absurdas, afinal, o negócio custa cerca de R$ 1.400 nas lojas online.

A propaganda faz questão de enfatizar o “3D”. Tem um pouco mais de volume por causa da luz, mas não, não é 3D como a maioria das pessoas pode imaginar — é só dar uma olhada nas fotos. Ela só me fez sonhar com as possibilidades, e acabou sendo um caso grave de expectativa x realidade. Provavelmente vai entrar para o hall de grandes expectativas frustradas da minha vida, junto com o Quick de morango.

A impressora é prática, intuitiva, conectada, manda tudo para a nuvem, mas entrou em um nicho complicado onde vai competir com câmeras e celulares também. Comparando com outros scanners ou impressoras multifuncionais, ela é bacana, diferente, prática e conectada. Porém, comparando com outros dispositivos com câmera, não sei se posso dizer o mesmo.

Ela veio com uma proposta de eliminar toda a preparação de uma sessão de fotos, mas ela não é tão prática assim porque é grande e tem uma série de limitações. O meu setup de lençol branco, pregador de roupa, tripé e câmera DSLR é muito mais fácil de montar no meu apertamento e depois eu posso simplesmente jogar tudo numa gaveta e esquecer deles até precisar usar de novo e o resultado costuma ser bem melhor.

Além disso, com uma câmera não existe a limitação de tamanho e altura da Topshot. Com a multifuncional da HP, você não vai conseguir digitalizar qualquer coisa que seja maior que uma folha A4, e a altura recomendada dos objetos seria algo entre 5 e 10 centímetros. Outra limitação é que a menos que você faça muitas gambiarras, existe também a questão dos ângulos, porque a câmera é fixa e a visão é de cima – tudo que era levemente arredondado eu precisei improvisar uma base pra não sair rolando durante a digitalização.

Algumas funções anunciadas no vídeo, como a de facilitar na hora de enviar os objetos pelo correio, obviamente não funcionam no Brasil e poderiam ter sido simplesmente cortados na versão em português. Como impressora  testei apenas com os objetos digitalizados na própria Topshot e eles ficaram até melhores impressos do que na tela. Talvez porque na tela é possível ver claramente que as imagens tem muito ruído.

No fim das contas, acho que não consegui entender bem a proposta da Topshot. Não sei se ela é realmente a melhor solução para pessoas que vendem muitas coisas no ebay/etsy/mercado livre, ou pequenas e médias empresas que precisam tirar fotos de alta resolução dos produtos, que pela propaganda parecem ser o público-alvo. E também não consegui arranjar uma boa justificativa para o verdadeiro diferencial dela. A possiblidade de digitalização “3D” realmente não me impressionou. Mas se o que você procura é uma multifuncional laser colorida que acesse a internet, envie seus arquivos para a nuvem, ela é até bacana, só não é memorável pelos motivos certos. O preço, é claro, tem que ser levado em consideração.

Dê uma espiada nas imagens comparativas na galeria abaixo. Elas foram tiradas praticamente no mesmo ângulo e altura usando a Topshot (à esquerda) e um iPhone.

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