Desconsiderando minha opinião de que smartwatches não deveriam existir (a não ser que seja o Pebble, ou algo intuitivo e elegante), fiquei bastante impressionada com o pouco que vi do Qualcomm Toq. Considerado o anti-Galaxy Gear (por nós!), tal é a sua natureza despojada abarrotada dentro de um display de 1,5 polegadas que ele lembra uma versão melhorada do telefone-relógio de Dick Tracy. E isso é uma coisa boa.
Em primeiro lugar, ele é leve. Não nos informaram as medidas exatas – e ele não era exatamente algo para guardar no bolso – mas ele não é mais pesado que um relógio de pulso de plástico ou algo parecido. A tela é fina – tão fina que você se perdoaria por achar que o Toq é apenas um relógio comum, e não algo repleto de tecnologia. A pulseira, de plástico, não parece barata, e o fecho foi muito bem concebido, como você pode ver na foto abaixo. Não tenho certeza de quanto tempo o hardware duraria, considerando a natureza do plástico, mas tenho certeza que se a Qualcomm tem planos sérios para vender o Toq (ou para convencer fabricantes a apostarem na ideia), os materiais devem ser refinados, ou ao menos opções de pulseiras coloridas ou metálicas devem ser oferecidas.
Ele funciona da seguinte forma: toque a pulseira abaixo do display para voltar ao menu inicial. Toque a pulseira acima do display e ajuste a tela Mirasol para que ela fique melhor quando você estiver debaixo da luz do sol. A tela, um painel de baixa energia que normalmente é encontrado em eReaders coloridos, é fácil de ler e casou bem com a interface de usuário.
O modelo que vimos ainda era um protótipo (ele travou várias vezes), mas, quando funcionou, o display capacitivo não apresentou nenhuma lentidão – seja ao deslizar entre os menus responsivos, ou parear com um HTC One via Bluetooth. Compatível com todos os dispositivos Android 4.0+ (um chipset da Qualcomm não é necessário), o app parceiro permite trocar o design dos menus do Toq; as ações que podem ser vistas pelo relógio; as cidades mostradas no app de tempo, e algumas outras configurações como respostas automáticas enviadas para quem liga para você.
A bateria, que dura de três a quatro dias após 90 minutos de recarga no carregador wireless (uma caixa preta bacana que abre-se para encaixar o relógio e usa a tecnologia WiPower da Qualcomm), está posicionada no fecho, ajudando a manter o display fino. Como não há Wi-fi, conexão de dados, speakers nem câmera, ele não é tão potente como as opções da Samsung ou Sony, mas achei isso bacana – outras pessoas que se empolgam com esses smartwatches podem não concordar. Mas vou admitir que a ideia de poder ver o controle de música e pular faixas deslizando algumas vezes algo no seu pulso é tentadora, e conseguir checar compromissos do calendário, emails e mensagens de texto recebidas e outras coisas sem precisar tirar o smartphone do bolso (algo que só serve para nos distrair ainda mais, ainda mais se o email ou a mensagem não forem importantes) é algo bem legal.
O grande ponto aqui é que é improvável que você um dia coloque as suas mãos em um desses. A Qualcomm criou o Toq como um conceito; eles estão em busca de OEMs interessadas na ideia, e vão considerar uma venda online limitada. Cada Toq custará cerca de US$ 300.