Os relógios inteligentes são o futuro – ou pelo menos é a nova categoria de produtos que fabricantes estão desenvolvendo e vendendo como o futuro da computação vestível. Já vimos a movimentação de empresas de tecnologia entrando no mundo dos relógios – o Samsung Galaxy Gear e o Sony Smartwatch 2, por exemplo, que já estão à venda no Brasil – mas agora o contrário também vai acontecer. A Locke, fabricante brasileira de relógios, decidiu entrar no mundo dos smartwatches.
O produto foi apresentado hoje em São Paulo e é, resumidamente, um celular de pulso. A Locke diz que é o primeiro smartwatch “independente” do Brasil. Em outras palavras, é o primeiro relógio que não precisa estar vinculado a um smartphone ou tablet para funcionar. Você pode ter apenas ele no pulso e usá-lo sem problemas: ele abre apps, lê e-mails e recebe chamadas.
Vamos falar das especificações técnicas. O Smartwatch da Locke tem processador dual-core de 1,2 GHz (o modelo do SoC não foi divulgado), 512MB de RAM, 4GB de armazenamento interno, câmera de 3 megapixels, entrada de cartão Micro SIM, Wi-Fi, 3G, Bluetooth e Android 4.0. A tela tem TFT 1,54 polegadas e resolução baixíssima de 240×240 pixels.
Em relação ao software, temos um Android bastante modificado, mas que oferece a experiência quase idêntica à encontrada em smartphones, com as devidas limitações. O sistema do Google foi dividido em duas telas: uma emula a tela inicial do Windows Phone (com Live Tiles, inclusive!), e a outra, acessível ao deslizar para direita, mostra o grid dos apps instalados. Há acesso à Google Play Store, então você pode baixar qualquer app disponível também para smartphones. Sim, você terá WhatsApp, Instagram, Facebook, Twitter, Google Chrome, Gmail, Waze, Dropbox e qualquer outra coisa que também está em smartphones. Mas tudo isso em uma minúscula tela de 1,54 polegadas com resolução baixíssima.
Como ele tem entrada de cartão micro SIM, ele funciona perfeitamente como um celular. Você pode fazer chamadas! O teclado virtual (seja o numérico ou o QWERTY) ocupa praticamente toda a tela, e as teclas são minúsculas, o que dificulta bastante na hora de acertar o número que você quer chamar (ou a palavra que quer digitar). Mas como tem conexão Bluetooth, você pode usar fones de ouvido para conversar e receber chamadas diretamente do pulso.
A câmera é um tanto interessante por si só. Ela não é muito bem posicionada – fica no lado direito do smartwatch. Então mesmo que seja possível usá-lo, por exemplo, para fazer uma videochamada pelo Skype, a ideia pode não ser muito boa. Para você aparecer, precisa olhar para o canto direito do aparelho. Mas assim você não consegue ver a pessoa com quem está conversando na tela. Como ela tem a resolução baixa, pode ser útil apenas para algumas fotos rápidas do dia a dia – não pude checar a qualidade delas, mas na tela do smartwatch não parecia grande coisa.
O design dele é bem simples. Trata-se de um quadrado (bem grande – as dimensões dele são 42x47x13mm) com a tela na parte central, um microfone na parte interior e speakers na parte superior. No canto direito está a câmera, e no esquerdo dois botões e a entrada Micro USB para recarregá-lo. Os botões servem para ajudar na navegação. Um fica acima da entrada Micro USB e serve para acender a tela (ele não exibe o horário com a tela apagada, diferentemente do que ocorre com o Smartwatch 2 da Sony), enquanto o outro serve para voltar no Android. Na pulseira, próximo à câmera, está a entrada de cartão Micro SIM.
A bateria será um grande problema. Ela tem apenas 400mAh, e, segundo informações da própria Locke, dura 10 horas em stand-by e 3 horas de uso intenso.
A Locke iniciará a pré-venda do Smartwatch apenas pelo seu site oficial. Ele será vendido em quantidade limitada – inicialmente, apenas 1.000 unidades que sairão R$ 999 cada. O lançamento geral está previsto para o segundo semestre de 2014.
Apesar de ser um smartwatch produzido por uma empresa brasileira, o dispositivo é importado – é uma versão adaptada deste Smartwatch que está à venda pela Amazon. Quem comprar pela pré-venda receberá uma unidade importada de Hong Kong, mas a Locke pretende montá-lo no Brasil a partir do ano que vem, o que pode baratear o preço quando ele chegar às lojas.