Hominídeos podem ter usado ferramentas de pedra sofisticadas há 3 milhões de anos
As ferramentas de pedra foram associadas na história principalmente ao gênero Homo. Esse compreende tanto espécies de humanos modernos, como o Homo sapiens, quanto outras mais antigas, como o Homo erectus.
As evidências mais antigas de hominídeos do gênero Homo andando pela Terra datam de 2,8 milhões de anos atrás, sugerindo que a maior parte das ferramentas teria sido criada depois disso. Um novo estudo publicado na revista Science refuta essa ideia.
Um time formado por pesquisadores de diversas instituições internacionais sugere que o gênero primitivo Paranthropus já fabricava ferramentas de pedra sofisticadas entre 3 e 2,6 milhões de anos atrás.
A conclusão é baseada na análise de ferramentas de pedra encontradas no Quênia. Além dos instrumentos, havia no local dois dentes que pertenciam a estes antigos hominídeos, que até então não eram conhecidos por tais habilidades.
Os Paranthropus são considerados os primatas com as maiores mandíbulas e dentes. Cientistas acreditavam que tal anatomia poderia ser útil na hora de triturar vegetais duros, tornando o uso de ferramentas dispensável.
A nova descoberta contesta a ideia. Foram recuperadas na costa nordeste do Lago Vitória, no Quênia, cerca de 330 artefatos de pedra usados para cortar, raspar e bater em animais e plantas.
As ferramentas recebem o nome de Oldowan devido ao local em que os primeiros exemplares do tipo foram encontrados. Anteriormente, cientistas haviam recuperado outros instrumentos do tipo na Etiópia, os quais datavam de 2,6 milhões de anos. Um terceiro conjunto de 2,4 milhões de anos também já foi recuperado na Argélia.
Ter ferramentas similares em regiões próximas na África sugere que o uso das pedras já era generalizado entre os hominídeos primitivos antes da ascensão do gênero Homo. A informação ajuda a acabar com a visão de que apenas os humanos modernos possuem certo nível de inteligência.