Huawei desenvolveu diversas tecnologias de vigilância baseadas em etnia

Huawei teria desenvolvido uma série de tecnologias de vigilância capazes de monitorar as pessoas com base em sua etnia.
Huawei. Imagem: Kārlis Dambrāns (Flickr)
Crédito: Kārlis Dambrāns (Flickr)

Na semana passada, o Washington Post revelou que a Huawei havia testado um sistema de reconhecimento facial capaz de alertar a polícia chinesa ao identificar um indivíduo uigur. Agora, uma nova reportagem mostra que o problema é muito maior do que se imaginava.

De acordo com o jornal, a gigante de tecnologia chinesa trabalhou com, pelo menos, quatro empresas para desenvolver tecnologias de vigilância que, supostamente, teriam o objetivo de monitorar as pessoas com base em sua etnia.

As informações foram encontradas em documentos publicados no próprio site da Huawei. Segundo o Washington Post, após o jornal entrar em contato com a empresa para esclarecimentos, o site da companhia ficou offline. Quando a página voltou ao ar, a lista que detalhava mais de 2 mil parcerias para desenvolver produtos diminuiu para 38.

Em resposta ao incidente, um porta-voz da Huawei enviou um comunicado ao Business Insider e ao Washington Post afirmando que a empresa é “contra qualquer tipo de discriminação, incluindo o uso de tecnologia para promover discriminação étnica” e que “fornece produtos ICT [tecnologia da informação e comunicação] com propósitos gerais baseados em padrões reconhecidos da indústria”.

Algumas das empresas com as quais a Huawei trabalhou incluem: Beijing Xintiandi Information Technology, DeepGlint, Bresee, e Maiyuesoft. Os produtos desenvolvidos seriam capazes de estimar, rastrear e visualizar a etnia de um indivíduo. Outras parcerias resultaram em ferramentas para censurar reclamações sobre oficiais do governo e analisar dados de biometria por voz.

As novas investigações abalam ainda mais a confiança em tecnologias da Huawei. Apesar das disputas políticas entre China e Estados Unidos, os documentos alertam para questões importantes sobre privacidade e vigilância. Mesmo com os documentos disponíveis publicamente, antes de serem tirados do ar, o porta-voz da companhia reforçou no comunicado:

“Não desenvolvemos ou vendemos sistemas que identificam as pessoas por seu grupo étnico e não toleramos o uso de nossas tecnologias para discriminar ou oprimir membros de qualquer comunidade. (…) Levamos muito a sério as alegações do artigo do Washington Post e estamos investigando as questões levantadas”.

[Business Insider, Washington Post]

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