A gigante chinesa Huawei registrou um aumento em suas receitas pelo quarto trimestre consecutivo, o que é mais um indicativo que a empresa está recuperando o seu protagonismo no mercado de smartphones. Segundo dados divulgados pela Huawei, o lucro líquido no primeiro trimestre do ano foi de US$ 2,7 bilhões, o que representa um aumento de 564% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As entregas de smartphones aumentaram cerca de 70% nos primeiros três meses do ano, número este impulsionado após a empresa lançar um smartphone 5G — o Mate 60 Pro — com um chip de 7 nanômetros fabricado em território chinês, driblando assim as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos.
O país proibiu a empresa, a maior do segmento de tecnologia da China, de importar componentes da Qualcomm. Isso inclui chips 5G e outros semicondutores desenvolvidos com tecnologia e produzidos com maquinário norte-americano.
Isso tudo aconteceu em meio aos temores de que a chinesa estivesse utilizando seus produtos de telecomunicações para espionagem e coleta indevida de dados. Por este motivo, a companhia foi incluída em uma lista de organizações consideradas ameaças à segurança nacional dos EUA.
A volta por cima da Huawei
A Huawei sempre negou as acusações. Porém, as punições contra a chinesa se estenderam para o Reino Unido e Japão, o que deixou a empresa fora do 5G por alguns anos. Neste período, a gigante chinesa também foi proibida de utilizar o sistema Android, do Google. Por isso, ela viu seu lucro e participação de mercado despencarem, o que a retirou do posto de maior fabricante de celulares do planeta.
No entanto, o lucro da Huawei no primeiro trimestre deste ano pode indicar uma forte retomada da empresa, que já ameaça a posição da Apple no mercado de celulares na China.
A “maçã”, por sua vez, enfrenta um cenário bastante diferente e que já está gerando fortes preocupações internamente. De acordo com a consultoria Counterpoint, a Apple registrou uma queda de 19% nas vendas nos três primeiros meses do ano.
Os registros estão em consonância com as informações de que a empresa estaria registrando uma desaceleração. Isso, principalmente, nas vendas no mercado chinês, o maior do mundo. Ao mesmo tempo, a Huawei voltou a liderança no primeiro trimestre, o que reforça que a chinesa está tomando a participação de mercado da norte-americana.