A última previsão de sobrevivência humana em Marte não é tão otimista: um estudo mostrou que humanos só conseguiriam viver no planeta vermelho por até quatro anos. O motivo? Os níveis altos de radiação torna qualquer extensão deste prazo improvável.
“Estimamos que uma missão potencial a Marte não deve exceder aproximadamente quatro anos”, diz o artigo publicado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, na revista científica Advancing Earth and Science Journal, em agosto de 2021.
A pesquisa fez uma série de simulações para verificar a possibilidade de vida prolongada no planeta vizinho. Ao final, a conclusão foi que a radiação espacial impõe limitações estritas tanto para os humanos quanto para as máquinas.
Para dar certo, uma missão humana precisaria decolar em direção a Marte no máximo solar. É neste momento que o Sol atinge o ápice de sua atividade, o que acontece, em média, a cada 11 anos.
Isso porque, nesse período, os astronautas desviam das ejeções mais perigosas de partículas energéticas solares, que são raios carregados de alta energia originados na atmosfera e no vento solar.
Nessas partículas existem prótons, elétrons e íons pesados. Quando essa radiação entra na atmosfera da Terra, causa desde auroras boreais até prejuízos aos sistemas de telecomunicação.
E se construir uma nave mais resistente?
Essa opção também não deve prolongar a estadia em Marte. Isso porque, quanto mais espessa a espaçonave, maior a chance da blindagem criar um aumento da radiação secundária, aquela que emerge dos objetos irradiados e passa para o ambiente.
A radiação secundária teria como origem os raios cósmicos mais intensos, o que pode resultar em uma dose ainda maior de problemas no corpo humano. Dessa forma, a única forma de sobreviver em Marte seria colocando um limite de tempo à missão, diz o artigo.
Ainda assim, o experimento afirma que uma permanência humana em Marte é viável – desde que não para sempre.