“Hype House”: série da Netflix mostra o lado deprimente da fama do TikTok

A série se passa na Mansão Hype, e mostra um coletivo de personalidades do TikTok, localizado em Los Angeles, na Califórnia
Hype House
Imagem: Divulgação/Netflix

Influenciadores digitais reunidos numa casa luxuosa, produzindo vídeos de danças, vivendo amores e desamores, discussões e partilhando nas redes sociais todo e qualquer movimento desde a hora em que acordam até à hora em que vão dormir. Isso é um pouco do que se passa na série “Hype House”, que chegou à Netflix no último dia 7 de Janeiro. 

“Hype House” mostra o dia a dia de influenciadores digitais, todos estrelas do TikTok. Os jovens, com idades entre os 17 e os 25 anos, fazem parte de um grupo maior de tiktokers que, desde dezembro de 2019, vivem na Hype House, uma mansão em Los Angeles onde chegaram a viver 21 influenciadores digitais.

A Mansão Hype é um coletivo de personalidades adolescentes do TikTok, localizado em Los Angeles, na Califórnia. O local é descrito como “uma mansão colaborativa, na qual criadores de conteúdo e influencers podem morar juntos, produzir vídeos e criar danças”.

O elenco é composto por Chase Hudson, Thomas Petrou, Alex Warren, Sienna Mae Gomez, Larray, Kouvr Annon, Jack Wright e Nikita Dragun. A série mostra todos convivendo juntos na mansão, onde ficam o dia inteiro criando conteúdos para o app. 

Claro, também mostra como eles se relacionam entre si, logo terá discussões e brigas, por exemplo. Além disso, mostra a pressão que existe sobre os influenciadores para criar e postar vídeos diariamente e também conta o passado dos influencers.

O trailer da série da Netflix fala sobre superação, direitos LGBTQ+ (uma das jovens, Nikita Dragun, é transgênero), abandono familiar e amizade. Confira:

 

No entanto, os acontecimentos dentro da Hype House estão envolvidos em polémica e, no espaço de dois anos, alguns dos mais importantes influenciadores saíram do coletivo (casos de Addison Rae, que protagonizou o filme da Netflix “Ele é Demais”, e das irmãs Charli e Dixie D’Amelio, que vão ter o seu próprio reality show na Hulu)

Daisy Keech, outra influenciadora digital que fez parte do coletivo, abandonou a Hype House antes do início das gravações da série da Netflix, depois de entrar em conflito com o fundador do projeto, Thomas Petrou, também ele tiktoker.

E essa está longe de ser a primeira (ou única) polêmica dos influencers da Mansão Hype. Em julho de 2020, durante o auge da pandemia de Covid-19 nos Estados Unidos, Nikita Dragun promoveu uma festa de aniversário para Larray na Mansão Hype – evento que contou com a presença do maquiador James Charles e outras celebridades.

Mesmo com as medidas de isolamento em vigor, a festa contou com a aglomeração de pelo menos 67 pessoas – o que foi comprovado por fotos e vídeos divulgados nas redes sociais. Ao “The New York Times”, Petrou explicou que o trabalho dos habitantes da casa era “entreter pessoas”. E justificou a festa: “Não podemos colocar as nossas vidas em suspenso durante um ano e não faturar”. 

Além disso, muitos integrantes do coletivo já foram acusados de racismo, apropriação cultural, consumismo exagerado e, obviamente, por serem péssimos exemplos para o público adolescente.

Na época do anúncio de Mansão Hype na Netflix, internautas iniciaram um boicote à plataforma, afirmando que cancelariam as assinaturas se a série fosse realmente lançada.

Nem é preciso pensar muito para entender o motivo das críticas: para muita gente – especialmente o público mais maduro – TikTok é um sinônimo de futilidade, consumismo, jovens mimados e atitudes problemáticas.

E mesmo envolvida em meio a tantas polêmicas, Mansão Hype tem tudo para se tornar um sucesso de audiência na Netflix. Muitas vezes, produções detonadas chegam ao Top 10, já que inúmeros assinantes assistem aos episódios “pela força do ódio”, ou para criticá-los nas redes sociais.

Mansão Hype já está disponível na Netflix! 

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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