Arqueólogos descobriram recentemente seis exemplares do que se acredita ser um dos jogos de tabuleiros mais antigos da história e também um dos mais famosos da Antiguidade. Ele é conhecido por especialistas como “Cães e chacais” ou “58 buracos” — porque cada um dos artefatos têm literalmente 58 buracos. Os pesquisadores encontraram o jogo de tabuleiro na Península de Absheron, no Azerbaijão.
O European Journal of Archaeology publicou o achado. De acordo com os pesquisadores, esta não é a primeira vez que arqueólogos encontram exemplares dos artefatos. Na verdade, descobertas anteriores indicavam que o jogo havia sido criado no Egito. Porém, as evidências mais recentes refutam essa teoria.
Além de comprovar que o game era popular em diferentes territórios e ciclos sociais, os novos artefatos encontrados mostram que sua origem é ainda mais antiga do que se pensava. Especialistas estimam que ele foi criado entre a Idade do Bronze e Idade do Ferro — há cerca de 4 mil anos.
58 buracos
Arqueólogos já encontraram o tabuleiro em questão em pedra ou madeira, e sempre com duas fileiras no centro com 10 buracos e um arco com 38 buracos próximo às extremidades, totalizando 58. Os artefatos contém algumas linhas, que variam de formato e posicionamento a depender da região do planeta em que foram encontrados.
Os jogadores utilizavam pedaços de madeira para se mover através dos buracos e jogavam em turnos, que sempre se iniciavam com o lançamento de um objeto semelhante a um dado.
Os formatos também chamam a atenção por serem bastante diversos. No Egito, por exemplo, os shapes mais comuns eram de lâmina de machado e escudo. Enquanto isso, na Mesopotâmia, onde atualmente ficam localizados Iraque, Síria, Turquia e Kuwait, o formato mais comum era o de “violino”. Arqueólogos também já registraram a existência de alguns exemplares em formato oval.
Apesar das diferenças de construção, os padrões de buracos eram exatamente os mesmos em todas as culturas. Acredita-se também que as regras do jogo poderiam variar dependendo da região.
Os exemplares encontrados no Azerbaijão são, ao mesmo tempo, a mais recente descoberta arqueológica a respeito do “58 buracos” e os mais antigos “tabuleiros” que se tem notícia até hoje. Anteriormente, pesquisadores encontraram o mais antigo no Egito, na tumba de um dos prováveis oficiais do faraó Mentuotepe II.
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