Esta ilusão de óptica permite que você veja suas ondas cerebrais
O desenho acima, semelhante a um cata-vento, consiste apenas de linhas pretas e brancas. Mas quando você olha para ele do jeito certo, acontece algo estranho e belo: ele começa a piscar. Talvez você ache que isso é apenas uma velha ilusão de óptica mas, na verdade, ela permite ver suas próprias ondas cerebrais.
Não adianta só olhar a imagem: para ver a ilusão óptica, é preciso um pouco de trabalho. Funciona assim:
- olhe para a forma de cata-vento;
- em seguida, olhe para um ponto a poucos centímetros dele;
- quando o cata-vento estiver na sua visão periférica, o centro dele começará a oscilar;
- continue olhando para aquele ponto por cerca de um minuto;
- por fim, olhe para uma parede branca: você verá a imagem inversa do cata-vento, com a oscilação e tudo.
Em um novo estudo, os neurocientistas Rodika Sokoliuk e Rufin VanRullen argumentam que a oscilação que você vê é, na verdade, uma manifestação física das ondas alfa do seu cérebro. Elas foram as primeiras oscilações neurais detectadas por Hans Berger, o inventor da eletroencefalografia (EEG), e representam mudanças rítmicas na atividade cerebral.
Em geral, as ondas alfa vibram a uma taxa de 10 Hz, ou seja, dez vezes por segundo. Essa frequência, em parte, ajudou Sokoliuk e VanRullen a conectar a oscilação da imagem e as ondas alfa. No estudo, os participantes tiveram que comparar uma oscilação artificial com a do cata-vento acima, e a maioria deles selecionou a opção com frequência de 9,1 Hz.
Isso poderia ser uma coincidência, mas Sokoliuk e VanRullen também encontraram uma correlação direta entre a atividade de ondas alfa dos participantes e a presença da oscilação. Eles explicam isto no resumo do estudo:
O ritmo alfa occipital do EEG foi a única oscilação que apresentou uma evolução temporal compatível com a ilusão registrada: quando a amplitude alfa era forte, aumentava a probabilidade de relatar a oscilação ilusória. A frequência oscilatória de pico para estas modulações está correlacionada de forma significativa, de indivíduo a indivíduo, com a frequência α medida durante o repouso, na ausência de estímulo visual.
Muito legal, né? De certa forma, o cata-vento serve como um bom lembrete de que nossos cérebros ainda estão funcionando – pelo menos na maioria das pessoas. [Discover]