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Impacto acadêmico da ciência brasileira cresceu 21% desde 1996, aponta relatório inédito

USP, Unicamp e Unesp lideram as instituições brasileiras com mais artigos de seus pesquisadores entre os 10% mais citados mundialmente no período de 1996 a 2022

Impacto acadêmico da ciência brasileira cresceu 21% desde 1996, aponta relatório inédito

Texto: Agência Bori

Highlights

  • O impacto acadêmico da pesquisa brasileira passou de 0,7 em 1996 para 0,85 em 2022, um aumento de 21%
  • Por “impacto” da pesquisa brasileira se entende o número de vezes que um artigo científico é citado em comparação com outros da mesma área de conhecimento em determinado período de tempo (indicador FWCI, Field Weighted Citation Impact)
  • Já a porcentagem de artigos científicos de autores brasileiros entre os 10% mais citados teve um leve crescimento de 5,4% de 1996 a 2022 em relação ao total de artigos publicados por pesquisadores do país

A produção científica brasileira disparou desde 1996 — e o impacto acadêmico dos trabalhos publicados cresceu 21% no mesmo período. As informações são do novo relatório da Bori em parceria com a Elsevier lançado nesta terça (21).

O documento fez um levantamento e análise de impacto dos artigos científicos com autores brasileiros publicados de 1996 a 2022. Para os cálculos foi usada a ferramenta SciVal, que facilita a análise dos dados de 85 milhões de publicações científicas do mundo que estão na base de Scopus. SciVal e Scopus são da Elsevier.

Já o número de artigos científicos publicados no período aumentou 9 vezes: passou de 8,3 mil em 1996 para 74,6 mil em 2022.

Por “impacto acadêmico” da pesquisa brasileira se entende o número de vezes que um artigo científico é citado em comparação com outros da mesma área de conhecimento em determinado período de tempo. Para essa análise foi utilizado o indicador Field Weighted Citation Impact (FWCI), da Elsevier, que mede o impacto dos artigos científicos contabilizando a quantidade de citações ponderadas por área do conhecimento.

O FWCI da ciência brasileira passou de 0,7 em 1996 para 0,85 em 2022 — com pequenas oscilações ao longo do período e tendência de alta. Assim, de 1996 a 2022, o FWCI médio do Brasil foi 0,85. Dez instituições de pesquisa do Brasil têm visibilidade científica acima da média mundial no período 2020-2022. As universidades estaduais paulistas USP, Unicamp e Unesp lideram as instituições brasileiras com mais artigos de seus pesquisadores entre os 10% mais citados mundialmente no período de 1996 a 2022.

“É importante notar que, apesar do gigantesco aumento da produção científica, o Brasil tem conseguido manter a média de citações de seus trabalhos, aproximando-se cada vez mais da média mundial”, analisa Estêvão Gamba, cientometrista e cientista de dados da Bori.

Impacto acadêmico

Os dados mostram também que a porcentagem de artigos científicos de autores brasileiros entre os 10% mais citados teve um leve crescimento de 5,4% em relação ao total de artigos publicados no período. “Isso significa que os cientistas de instituições de pesquisa do Brasil estão publicando cada vez mais trabalhos que estão entre aqueles que têm maior impacto acadêmico do mundo”, diz Dante Cid, Vice-presidente de Relações Acadêmicas da América Latina da editora Elsevier.

Nessa análise foi considerado o indicador “Top 10%”, que mensura a quantidade de artigos científicos publicados que estão entre os 10% mais citados globalmente. Ou seja: é a ciência de maior impacto acadêmico.

O relatório “Impacto de citações da produção científica brasileira cresceu 21% entre 1996 e 2022 em relação à média mundial” considerou apenas as publicações do tipo “artigo científico” e olhou para países que publicaram, em 2021, mais de 10 mil artigos científicos — incluindo o Brasil. Isso resultou em um total de 51 países. Já para análise do cenário nacional, foram consideradas todas as instituições de pesquisa do Brasil que publicaram mais de mil artigos científicos em 2021 (um total de 35 instituições).

Este documento é o terceiro da parceria entre a editora científica Elsevier e a Bori. O primeiro trouxe uma análise da produção científica especificamente na área de Oceanos. Já o segundo mostrou que a produção científica brasileira caiu 7,4% em 2022 em comparação ao ano anterior.

“Acompanhar a produção científica é fundamental para as políticas públicas e para a definição de estratégias na área”, diz Cid. “A proposta desta série é ter um retrato da produção científica nacional e munir o debate público com informações relevantes para políticas científicas e para tomadas de decisão.”

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