Este implante de osso sintético pode substituir o doloroso transplante de medula óssea

Pesquisadores da UCSD desenvolveram um implante de osso sintético com medula funcional que consegue produzir suas próprias células sanguíneas

Graças a avanços na medicina, os transplantes de medula óssea não são mais o último recurso como já foram um dia. Todos os anos, milhares desses procedimentos são feitos, um tratamento comum para doenças desde anemia aplástica até leucemia. Mas por exigirem primeiro que um paciente passe por radiação para matar quaisquer células estaminais da medula óssea, os transplantes de medula óssea seguem sendo incrivelmente duros para o paciente.

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Agora, engenheiros da Universidade da Califórnia em San Diego desenvolveram um implante de osso sintético com medula funcional que consegue produzir suas próprias células sanguíneas. Até agora, segundo revelaram em um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, nesta semana, os pesquisadores conseguiram testar com sucesso em ratos os tecidos ósseos projetados. Mas um dia esses tecidos ósseos biomiméticos podem também oferecer novas medulas ósseas para pacientes humanos que necessitem de transplantes.

O implante dispensa a necessidade de radiação ao dar às células doadoras seu próprio espaço para crescer dentro do corpo. Dentro do implante, não há ameaça a essas células sendo ultrapassadas pelas células-tronco nativas do corpo.

Em ratos, os pesquisadores implantaram os tecidos ósseos sintéticos com medula funcional sob a pele. Após seis meses, essas células doadoras ainda estavam vivas e haviam começado a suprir o rato com novas células sanguíneas.

Os implantes foram projetados para replicar os ossos longos no corpo, com um compartimento exterior de osso contendo minerais de fosfato de cálcio para construir células ósseas e uma área interna, para células-tronco doadoras que produzem células sanguíneas.

Quando implantados, eles cresceram em tecidos ósseos, com uma rede de vasos sanguíneos e uma medula óssea funcionais que supriam o corpo com novas células sanguíneas. Após 24 semanas, os pesquisadores descobriram que uma mistura de células sanguíneas originais e doadoras ainda estava circulando na corrente sanguínea dos ratos.

Um tratamento baseado nessa tecnologia funcionaria apenas para pacientes com doenças de medula óssea não-malignas, como a anemia aplástica, condição em que o corpo não consegue produzir plaquetas e células sanguíneas suficientes. Isso porque, embora a técnica consiga reabastecer tipos de células que estejam faltando, ela não pode fazer nada para combater as células que sofreram mutação e estão se espalhando. Pacientes de câncer ainda precisariam passar por terapia de radiação para eliminar suas células cancerígenas.

Muita pesquisa ainda é necessária, é claro, antes que esses implantes estejam prontos para chegar aos pacientes humanos. Mas o animador aqui é que os tecidos ósseos sintéticos não foram apenas funcionais, como também permitiram à medula doadora crescer e sobreviver por muitas semanas na presença de células hospedeiras e aos produtos dessa célula, encontrar o caminho até o sistema circulatório do corpo.

Imagem do topo: Varghese Lab at UC San Diego

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