Construir um robô que pode reproduzir tudo o que um ser humano pode fazer é extremamente complicado e caro. Então, pesquisadores de Universidade de TI de Copenhague estão fazendo exatamente contrário: construindo robôs incrivelmente simples, sob demanda, que fazem apenas o que os humanos não conseguem fazer.
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Em um artigo publicado no IEEE Robotics and Automation Letters, uma equipe do Robotics, Evolution e Art Lab (REAL) da Universidade de Copenhague, comandado pelo professor associado Sebastian Risi, desenvolveu o que eles chamam de “impressão em 1D” que pode criar robôs baseados em arame, projetados para cumprir uma função bem específica.
A impressora funciona de forma semelhante às máquinas industriais de dobragem de arames, extrudindo um comprimento de metal fino que é curvado em vários ângulos para criar formas que podem ser usadas como membros ou ferramentas. A impressora também liga automaticamente os motores elétricos à estrutura do fio à medida que está sendo extrudida, o que dá vida aos robôs quando estão completos.
Devido à simplicidade de sua estrutura e componentes, os robôs são limitados no que podem fazer. Eles não vão te trazer um copo de chá gelado, mas os cientistas acham que podem ser úteis para explorar áreas inacessíveis aos seres humanos. Em um exemplo um simples robô de arame pode escalar passo a passo por um cano, mas ele pode ser equipado com uma câmera sem fio para mostrar uma área de difícil acesso, ou levar outros sensores para dizer se é seguro ou não para um humano acesssar o local.
O que torna esta tecnologia de impressão 1D única, no entanto, é que os robôs não precisam ser fisicamente projetados por um ser humano. A equipe também desenvolveu um algoritmo que pode projetar de forma autônoma um robô para uma determinada tarefa quando alimentado com os requisitos e restrições específicas. Por exemplo, um trabalhador de resgate pode precisar de um robô que possa andar em escombros soltos, mas também se espremer através de um buraco com apenas alguns centímetros de tamanho.
O algoritmo também pode aprender com erros de projeto, quando um robô que ele criou falhou. Ele simplesmente cria um novo modelo novo e melhorado, de novo e de novo, até que a tarefa seja cumprida. Pode parecer desperdício e demorado, mas os robôs levam apenas quinze minutos para serem produzidos, e podem facilmente ser reciclados apenas esticando o arame de novo.
O aspecto de auto-engenharia desses robôs pode torná-los úteis quando se trata de exploração espacial e pesquisa em outros planetas. Quando a NASA projeta um robô para explorar um planeta como Marte, ele tenta fazer com que ele seja capaz de enfrentar inúmeros tipos de terreno. Mas se esses robôs tivessem uma impressora 1D a bordo, eles poderiam construir sondas adicionais que pudessem explorar mais partes de Marte que o robô original não foi projetado para alcançar.
[IEEE Xplore via New Scientist]