A inauguração da primeira Apple Store brasileira
O Rio de Janeiro recebeu hoje a primeira Apple Store do Brasil e da América Latina. Localizada no segundo andar do VillageMall, shopping de luxo na Barra da Tijuca, ela reuniu mais de 600 pessoas ansiosas para conhecer em primeira mão a nova loja de iDevices.
Sim, o Brasil já conta com centenas de revendedoras autorizadas da Apple, mas elas não são Apple Stores. Qual a diferença?
Bem, os produtos são basicamente os mesmos. Há algumas pequenas exclusividades, como capinhas de iPhone com a bandeira do Brasil (R$ 119), ou bolsinhas da Michael Kors (R$ 369). E os preços são exatamente os mesmos da Apple Store online, que estreou no Brasil em 2009; você recebe 10% de desconto se pagar à vista.
A Apple Store provavelmente é bem maior que as revendedoras que você conhece: sua fachada de vidro curvo se estende por 30m; ela tem 700 m² e 45 funcionários. Porém lá dentro, é o visual minimalista de sempre, com várias mesas de madeira exibindo iPads, iMacs e mais – algo que você encontra inclusive em revendedoras autorizadas.
E a experiência de compra é basicamente igual: um funcionário me explicou que, na Apple Store brasileira, ainda não há pagamento via iTunes (só via cartão, cheque ou dinheiro) e nem balcão de venda expressa – no qual você escolhe seu produto e paga na hora, sem pegar fila de caixa.
A principal diferença está no suporte e em cursos, e tudo isso fica na parte de trás da Apple Store. Lá temos a Genius Bar, onde você será atendido caso tenha alguma dúvida, ou caso seu iDevice dê defeito – é possível marcar horário neste link.
Também há mesas para treinamento individual ou em grupo; e para personalizar as configurações do seu dispositivo recém-comprado. Além disso, a Apple Store oferece workshops gratuitos todo dia, com uma hora de duração, na própria loja. Você pode reservar horário aqui.
A loja brasileira ainda contará com o Apple Camp, sessão gratuita para crianças de 8 a 12 anos aprenderem a usar o básico do iMovie. Também será possível realizar excursões para professores e alunos.
Além disso, o atendimento é excelente. Os funcionários estão sempre dispostos a ajudar se você pedir, e não incomodam enquanto você brinca com um iPhone ou iPad em exposição. Segundo a Folha, dos 45 funcionários, três passaram meses em treinamento nos EUA.
Talvez a Apple Store brasileira não tenha o mesmo apelo de outras lojas. O cubo em Nova York é o ápice de um ideal modernista na arquitetura: as fachadas de vidro e a busca pela transparência. As lojas de Barcelona e Paris, por sua vez, contrastam o velho e o novo de uma forma sensacional. A Apple Store brasileira é bonita, mas ainda é uma loja em um shopping. De um jeito ou de outro, ela ainda consegue oferecer a experiência de Apple Stores ao redor do mundo.
Como dissemos antes, a Apple tem muitos motivos para começar sua rede de lojas físicas no Rio: a cidade está em destaque no mundo, graças à Copa e Olimpíadas; a Barra da Tijuca é o bairro certo, por concentrar pessoas de alta renda; e o VillageMall é um shopping de luxo, mais seguro e conveniente para ir às compras.
Mas por que não em São Paulo, por exemplo? Isso é mais difícil de entender, mas o executivo Steve Cano deixou claro a’O Globo que esta Apple Store “será a primeira de muitas no Brasil“. Há rumores de que a próxima loja será em São Paulo, também em shopping – nada de loja de rua por enquanto, ao que parece.
Foto por @yugiQ
A fila para a Apple Store começou no final da manhã de sexta-feira. Quem virou a noite na fila pôde dormir dentro do shopping. No entanto, os primeiros compradores da loja levaram seus produtos já na quinta-feira: dois jornalistas compraram na loja durante a prévia à imprensa.
Na fila, funcionários do shopping passavam com carrinhos de comida e bandejas, servindo suco em caixinha, petiscos e garrafinhas de água. Vários curiosos gravavam vídeo da fila do começo ao fim, e os próprios funcionários da Apple Store faziam o mesmo – certamente para algum vídeo institucional que veremos no próximo evento da Apple.
Às 9h45, contamos 450 pessoas esperando na fila da Apple Store. Às 10h20, eram 560 pessoas. Às 10h40, já eram mais de 600. Isso não conta as pessoas que saíram momentaneamente da fila (para ir ao banheiro, por exemplo); nem os que furaram fila; nem os curiosos ao redor. O VillageMall diz que 1.700 pessoas aguardaram na fila.
A organização pareceu adequada. A fila foi disposta em 10 blocos que se estendiam pelo segundo andar do shopping. Em cada “subfila”, havia um segurança para orientar as pessoas. Claro, isso não evitava que furassem a fila – era só encontrar alguém conhecido.
A fila se estendeu tanto que chegou ao centro de eventos do shopping. Ao ver tantas pessoas aglomeradas numa fila em ziguezague, um homem sabiamente disse: “nem se me dessem um iMac de 27 polegadas eu ficava nessa fila”. Só que pelo menos 600 pessoas ficaram. Próximo à porta da loja, uma delas exclamou: “Tá emocionante, tô arrepiada!” As pessoas na fila vibravam toda vez que um funcionário da Apple passava gravando a fila.
Às 11h, a primeira Apple Store brasileira foi enfim inaugurada. As primeiras 1.500 pessoas ganharam uma camiseta com o logotipo da Apple.
A fila começou na porta da Apple Store, e se estendeu pelo segundo andar…
… deu a volta…
… até a outra extremidade do andar…
e terminou neste curralzinho no centro de eventos do shopping. Daqui até a Apple Store, são duas horas de espera.
Curiosos se acotovelavam na frente da loja, atrás da área reservada à imprensa.
A abertura da Apple Store foi um show à parte… e isso não é um elogio. A equipe da loja fez uma espécie de volta olímpica pelo segundo andar do shopping, dando high fives para quem esperava na fila. As pessoas gritavam e vibravam.
Às 10h57, as portas se abriram e a equipe se reuniu na frente da Apple, entoando “Brasil! Brasil!”, “Rio de Janeiro!” e “eu… sou brasileiro… com muito orgulho… com muito amor”. O aquecimento terminou com uma “ola” da equipe ao longo da loja.
Às 11h, começou a contagem regressiva. 3… 2… 1… e os primeiros da fila entraram na loja, alguns se filmando com iPhones ou iPads. Eles passavam por um “corredor polonês”, recebendo high fives da equipe da Apple Store.
Lá dentro, mesas repletas de iDevices…
… e na parte de trás da loja, muitos acessórios…
… um espaço para crianças…
… e mesas de treinamento e workshop.
Quando eu saí às 14h, ainda havia mais de 100 pessoas esperando na fila. Duas horas depois, não havia mais fila – mas a Apple Store continuava lotada.
Atualizado às 20h11