O Brasil enfrenta uma crise de incêndios florestais sem precedentes em 2024, com incêndios de escala extrema ocorrendo atualmente no Pantanal e na Amazônia.
Na segunda-feira (2), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) publicou dados do monitoramento de satélite que mostram que a Amazônia sofreu 13.489 focos de incêndio no primeiro semestre.
Esse número representa um aumento de 61% em relação ao ano anterior e é o pior das últimas duas décadas. Nos primeiros semestres de 2003 e 2004, a Amazônia teve, respectivamente, 17.143 e 17.340, focos de incêndio
Em comparação ao mesmo período do ano passado, o número total de incêndios na Amazônia em 2023 cresceu 61%. Em 2023, houve 8.344 incêndios na Amazônia, de acordo com os dados do INPE.
Diversos fatores contribuem para essa crise, incluindo as mudanças climáticas, que intensificaram a seca na Amazônia, tornando a vegetação mais suscetível ao fogo.
A ação humana, principalmente para limpar terrenos para a agricultura, também desempenha um papel importante.
Ranking de incêndios na Amazônia em 2024
Pelos dados do INPE, o estado que mais queimou durante esse período foi o Mato Grosso, contribuindo para mais de cinco mil incêndios na Amazônia, seguido por Roraima e Pará.
O caso do Mato Grosso é preocupante porque o estado fica exatamente na área de transição entre os biomas do Cerrado e a Amazônia, que vem apresentando números recordes de incêndio em 2024.
No Pantanal, a maior área úmida do mundo, que representa a transição com a Amazônia, os focos de incêndio em 2024 aumentaram em 2.018% em relação ao primeiro semestre de 2023.
O Cerrado também sofre com um número recorde de incêndios, superando o índice de 2007. Além disso, mais de 20% dessas queimadas no estado do Mato Grosso ocorreram em áreas indígenas com proteção governamental.
Quase um quarto do território brasileiro pegou fogo, ao menos uma vez, no período entre 1985 e 2023. Foram 199,1 milhões de hectares, o equivalente a 23% da extensão territorial brasileira.
Da área atingida por incêndio, 68,4% eram vegetação nativa, enquanto 31,6% tinham presença da atividade humana, notadamente a agropecuária. O Cerrado e a Amazônia são os principais biomas vítimas da ação do fogo, seja de origem natural ou provocada pelo homem. Juntos, são 86% da área queimada.