Um pombo, suspeito de ser uma ave espiã da China, ficou detido por oito meses na Índia. Após esclarecer a sua origem, autoridades do país finalmente libertaram o animal — preso em maio do ano passado.
O pombo tinha duas anilhas nas pernas com uma mensagem que parecia estar escrita em chinês. Isso levantou suspeitas das autoridades indianas de que o animal era usado para espionagem.
Porém, somente agora, foi revelado que o pombo era, na verdade, uma ave de corrida em águas abertas de Taiwan, que simplesmente escapou e voou para a Índia.
Com permissão da polícia, a ave foi transferida para a Sociedade de Bombaim para a Prevenção da Crueldade contra os Animais, cujos médicos a libertaram na última terça-feira (30), de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Outros casos
No passado, a polícia da Índia já havia preso outras aves suspeitas. Em 2020, por exemplo, a polícia de Caxemira, no norte do subcontinente indiano, libertou um pombo pertencente a um pescador paquistanês.
Depois de uma investigação ter descoberto que a ave, que tinha sobrevoado a fronteira fortemente militarizada entre as nações com armas nucleares, não era um espião.
Em 2016, o país deteve outro pombo encontrado com uma nota que ameaçava o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
EUA treinou pombos na Guerra Fria
Embora pareça absurdo, a desconfiança da Índia não é loucura. Durante a história, várias nações já admitiram terem usado pombos para ações de espionagem.
A CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, revelou detalhes de suas missões até então secretas com pombos-espiões durante a Guerra Fria.
Além disso, a agência treinava os pássaros para missões clandestinas. O objetivo era fotografar locais estratégicos dentro da União Soviética.
Por isso, o Exército dos EUA tinham até um centro de criação e treinamento na base militar de Fort Monmouth, em Nova Jersey. O local treinava as aves para entregar pequenas cápsulas contendo mensagens, mapas, fotografias e câmeras.