Instinto caçador dos gatos domésticos: 2 mil espécies já foram mortas por eles
Apesar de parecerem fofinhos, os gatos são verdadeiras máquinas de caçar – pelo menos é isso que diz a ciência. Um estudo publicado na revista Nature nesta terça-feira (12) revelou que os bichanos já mataram mais de 2 mil espécies. A pesquisa, feita pelo cientista Christopher Lepczyk, da universidade de Auburn (EUA), compilou estudos ao redor do mundo e revelou que os gatos conseguem comer basicamente tudo que conseguem caçar.
O motivo para isso é simplesmente sobrevivência, explica Lepczyk. Desde sua domesticação no Oriente Médio, há quase 10 mil anos, os gatos foram para praticamente todos os lugares onde os humanos viajam. Dessa forma, para conseguir sobreviver em tantos ambientes diferentes, os felinos tornaram-se oportunistas. E, diferente de animais como coalas e pandas, sua alimentação não é limitada.
“Os gatos não são especialistas em dietas. Eles estão apenas tentando sobreviver”, disse Peter Marra, reitor do Earth Commons Institute e professor de biologia na Universidade de Georgetown, à Wired.
Perigo ecológico dos gatos
Apesar de a alimentação variada ser muito boa para os gatos, esse banquete pode ter um impacto ambiental significativo. Com milhões de felinos predadores por aí, tanto selvagens como domésticos, “a sua necessidade de comida causa enormes danos ao ambiente”.
As aves são um dos alvo preferidos dos felinos, representando 47% das espécies consumidas pelos gatos. A dieta dos bichos inclui ainda: 463 répteis, 431 mamíferos, 119 insetos, 57 anfíbios, e 33 outras criaturas como aranhas e caranguejos.
E o número de espécies identificadas continua a aumentar rapidamente quanto mais se pesquisa. Sugerindo que o número de espécies relatadas nesta nova investigação está subestimado. “Temos um panorama do que eles estão comendo, mas não está se estabilizando”, diz Lepczyk. “Não conseguimos identificar tudo ainda”.
Como os gatos conquistaram os humanos
As primeiras linhagens de gatos, chamados de IV-A, eram originalmente do Sudoeste da Ásia, mas foram levados à Europa por volta de 4400 a.C. O segundo grupo de gatos eram felinos africanos, chamados de IV-C, encontrados no Egito há mais de 3.000 anos. Os gatinhos IV-C eram pequenos exploradores do Mediterrâneo, evitando a proliferação de roedores ainda na baía, em vários navios comerciais.
Pesquisadores sugerem que ambos os grupos de gatos domésticos provavelmente acasalaram com gatos selvagens em suas respectivas regiões, trazendo mais e mais variedades ao planeta. Os gatos foram domesticados depois dos cachorros, começando cerca de 10 mil anos atrás, em comunidades agrícolas no Oriente Próximo.