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Intel i7 vs. Intel i5: como se saem os novos processadores da geração Kaby Lake

Os novos processadores com arquitetura Kaby Lake da Intel podem ser ter desempenhos semelhantes em algumas tarefas. Veja o comparativo

Você decidiu que está na de trocar o seu computador. Talvez o modelo atual tenha sido comprado há muito tempo, ou estragou tudo derrubando alguma bebida, ou você talvez simplesmente tem uma grana sobrando aí e gostaria de gastar tudo pegando uma máquina com os novos processadores da Intel com microarquitetura Kaby Lake. Seja qual for o motivo, você está pronto para fazer um upgrade, e tem uma escolha importante pela frente: gastar um pouquinho mais e pegar a versão mais rápida i7, ou economizar e ir de i5.

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Depois de rodar os dois processadores (o i7-7700K de 4.5GHz e o i5-7600K de 4.2GHz) em máquinas com especificações idênticas, podemos dizer, sem dúvida, que você deveria economizar seu dinheiro. Para a maioria das pessoas, o i7 não compensa.

A Intel apresentou as marcas i7 e i5 lá em 2007, como uma forma de guiar seus consumidores. O i5 era para o “uso geral” e o i7 voltado para uso “de ponta” e para negócios. Gastar um pouquinho mais e ir de i7 significa fazer tudo mais rápido e melhor.

A chave para a velocidade do i7 não é o clock mais alto (o número de GHz), mas sua habilidade de utilizar melhor o hyper-threading. Nos primórdios da computação pessoal, se você quisesse ter mais velocidade na sua máquina, você colocaria uma CPU adicional. Os processadores modernos da Intel possuem múltiplos núcleos – que o seu computador enxerga como CPUs adicionais. O hyper-threading tira vantagem desses núcleos, permitindo que eles lidem com processos paralelamente, em vez de fazer isso sistematicamente. O processador i7 é desenhado para ser tão bom no hyper-threading que consegue lidar com duas vezes mais processos em paralelo do que o i5.

O pulo do gato é que essa tecnologia só funciona de fato quando a CPU é extremamente exigida. Você não vai aproveitar toda essa potência ao navegar em páginas da web, mas o fará ao processar conjuntos enormes da dados complexos, o que só acontece quando você está trabalhando em campos específicos como design 3D, engenharia ou edição de vídeo.

Trabalho profissional

Se um dia você quiser ver o quão rápido é o processador do seu computador, tente “renderizar” um arquivo. Converter grandes arquivos, como um projeto 3D ou um vídeo enorme, exige imediatamente muito do computador – a ponto de alguns profissionais precisarem de computadores exclusivamente para renderizar mídia.

Numa configuração profissional, o i7 deixou o i5 no chinelo. (Menor é melhor)

O i7, com sua habilidade de hyper-threading, é um monstro para renderizar dados, especialmente se comparado com o i5.

Quando nós renderizamos um objeto 3D no Blender, o i7 foi 4 minutos e 39 segundos mais rápido do que o i5. E quando convertemos um arquivo de filme enorme em 4K no Handbrake, o modelo topo de linha terminou o trabalho 4 minutos e 5 segundos antes. Com esse tipo de velocidade, o i7 é uma necessidade absoluta para os “profissionais”.

Trabalho comum

Mas existem muitos profissionais no mundo que não precisam renderizar gigabytes de dados todos os dias. Estamos navegando na internet, analisando e trabalhando com planilhas, e talvez fazendo algumas edições rápidas de imagem.

Em benchmarks sintéticos feitos para simular os dias de trabalho médios, o i5 e i7 se mostraram muito parecidos. (Maior é melhor)

Em tarefas do dia-a-dia, o i7 é só um pouco mais rápido do que o i5. O WebXPRT é um benchmark online que simula a navegação web que costumamos fazer. Ele renderiza objetos online, processa dados em planilhas, modifica imagens e carrega páginas web. O i7 somou 564 pontos no benchmark, enquanto o i5 fez 553 pontos. Considerando a margem de erro, isso significa que os dois processadores lidam com navegação e tarefas básicas praticamente do mesmo jeito, com a mesma performance.

Eles também redimensionam imagens RAW e as convertem para JPEG praticamente no mesmo ritmo. Nós convertemos 20 grandes arquivos RAW e o i7 foi apenas 3 segundos mais rápido. Isso não faz compensar o gasto maior no modelo topo de linha.

O i7 e i5 não mostraram muitas diferenças nos testes de Photoshop do Gizmodo

Os jogos

E depois de analisar o desempenho em alguns jogos, fica claro que o i7 não compensa para a maioria dos gamers também. Com a velocidade de clock maior do i7 e sua clara superioridade em renderização, achávamos que ele também se sairia melhor nos jogos. Mas esse não é o caso, especialmente se você comparar os processadores em máquinas que possuem uma placa de vídeo independente (o que todos os gamers devem ter).

Quando o i7 não precisa renderizar todos os objetos 3D do game – em vez de descarregar todo o trabalho para a placa de vídeo, sua superioridade é bem ofuscada. No benchmark gráfico do Civilization VI, que registra o tempo entre os frames e faz uma média, os dois processadores apresentaram apenas 1,4 milissegundos de diferença. O mesmo valeu para o benchmark de IA do Civilizations VI, que marca o quão rápido o processador computa as tarefas dadas pela inteligência artificial do game.

Na comparação no Rise of the Tomb Raider, o i5 teve uma média de 18,43 quadros por segundo, enquanto o i7 atingiu 18,33 quadros por segundo. Isso coloca os dois apenas um décimo de um quadro de distância. Esse é o tipo de diferença que são imperceptíveis ao olho humano. O tipo de diferença que significa que o i7 não vale a pena para gamers.

No final das contas, enquanto o i7 é mais rápido, ele só se faz necessário para editores de vídeos, engenheiros, arquitetos e designers 3D. Para o resto de nós, não vale a pena. Se você planeja apenas jogar e navegar na internet, fazer umas edições de imagem aqui e ali, economize uma grana e vá de i5. É velocidade mais do que suficiente para suas necessidades.

Imagem do topo: Alex Cranz/Gizmodo

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