Os Flintstones, um desenho animado sobre a Idade da Pedra, acabam de ultrapassar Os Jetsons, um desenho sobre a vida no futuro distante. Pelo menos na perspectiva da inovação tecnológica. Pesquisadores conseguiram treinar com sucesso uma inteligência artificial capaz de gerar novos clipes da série se baseando apenas em descrições de texto aleatórias do que está acontecendo nas cenas.
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Um time de pesquisadores da Allen Institute for Artificial Intelligence e Universidade de Illinois em Urbana-Champaign treinaram uma IA ao alimentá-la mais de 25 mil vezes com clipes de três segundos do cartoon, que não lança nenhum novo episódio há mais de 50 anos.
A maioria dos experimentos com IA dos últimos tempos envolvem a geração de imagens esquisitas baseadas naquilo que foi aprendido, mas desta vez os cientistas incluíram descrições detalhadas e anotações do que aparecia na tela e do que estava acontecendo em cada clipe digerido pela IA.
Como resultado, as novas animações dos Flintstones geradas pela inteligência artificial não são colagens aleatórias de trechos da animação. Em vez disso, os pesquisadores conseguiram alimentar a inteligência artificial com descrições específicas de uma cena e o resultado são pequenos clipes com os personagens, adereços e localizações específicas – na maioria do tempo.
A qualidade das animações geradas é terrível; ninguém vai ser enganado por pensar que esses desenhos são os originais do Hanna-Barbera. Mas ver uma inteligência artificial gerar desenhos com personagens icônicos, por si só, é uma boa prévia de como os filmes e séries de TV poderão ser feitos um dia.
Sempre haverá um forte argumento para termos diretores de verdade, atores e outros artistas talentosos para fazer filmes – muitos artistas ainda pintam com pincéis, não é? Mas quando se trata de entretenimento para crianças que são menos perspicazes sobre o que está passando, há pouca dúvida de que os desenhos animados gerados pela IA um dia serão inevitáveis.