Interrogatórios sobre iPhone perdido levam empregado da Foxconn ao suicídio

A equipe de segurança da Foxconn, a empresa que fabrica o iPhone para a Apple, submeteu o seu empregado Sun Danyong a "insuportáveis técnicas de interrogatório", levando-o a cometer suicídio. Ele estava sob investigação por ter perdido um protótipo do aparelho.

Os rumores e reportagens, coletados e traduzidos pela ex-Gizmodo Elaine, agora no Shangaist, contam uma história plausível: Sun esteve encarregado de um carregamento de 16 unidades-protótipo do aparelho (embora não se saiba quando), dos quais um foi perdido. Nos dias que se sucederam, Sun contou a alguns amigos que a Divisão Central de Segurança da Foxconn vinha sendo incrivelmente severa, o submetendo a intensos interrogatórios e até mesmo "pondo as mãos" nele. Confidências aos amigos foram apenas um prelúdio — no dia 16 deste mês, Sun pulou de um prédio de 12 andares.

A Foxconn emitiu um comunicado a respeito, que, apesar de ganhar créditos pela honestidade, não deixa de ser um pouco arrepiante. A empresa está atualmente investigando um chefe de setor na Divisão Central de Segurança por possivelmente ter usado "técnicas inapropriadas de interrogatório" na sua investigação, incluir buscas domésticas não anunciadas, confinamento solitário e violência física.

A proteção ao trabalhador na China é mínima, uma situação só piorada por culturas empresariais provincianas — especialmente em gigantes da manufatura como a Foxconn. A empresa tem sido alvo de acusações de más condições de trabalho há tanto tempo que ouvir que um empregado foi destratado não seria tão surpreendente, não fosse o fato da coisa ter ficado grave a ponto de levá-lo ao suicídio.

O fato de Sun ter se matado não parece estar em questão aqui, nem mesmo o fato de que a Foxconn teve ao menos uma parcela de culpa nisso. Segundo um porta-voz da empresa:

Independente das razões para o suicídio de Sun, isto é até certo ponto um reflexo das deficiências da gerência interna da Foxconn em ajudar os jovens trabalhadores a suportar as pressões psicológicas da vida profissional na empresa.

Se essas "pressões psicológicas" incluem ter sua cara arrastada no chão, é melhor que haja consequências para a Foxconn, sejam a partir do governo, da Apple, ou de ambos. Não é necessário dizer que a Apple não pode ser acusada por um evento único e trágico em uma empresa externa, mas eles certamente podem ser acusados de continuar a trabalhar com uma empresa que trata os empregados desta forma. Veremos. [Shanghaist — Imagem do Ars]

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