Aparentemente está tudo certo para o anúncio do iPhone 4 pela Verizon nos EUA amanhã. Desde que o telefone da Apple foi lançado, na metade de 2007, ele é uma exclusividade da operadora AT&T no país do Tio Sam. Mas o anúncio dessa quebra de exclusividade significa um pouquinho mais do que simplesmente um maior poder de escolha para os americanos.
Imagine que desde 2007 apenas uma operadora brasileira — a Claro, digamos, apenas por exemplo — pudesse vender o iPhone. O que fariam as outras operadoras? Focariam em aparelhos que pudessem chamar tanta atenção quanto o da Apple — especialmente os Androids. E o que fariam os clientes que têm algo contra a Claro (não gostam do atendimento ou acham o sinal fraco onde moram)? Comprarão outros aparelhos, de outras operadoras. Muitos dos indecisos, que apenas querem um smartphone, mas sem preferência por marca, acabariam optando por outros aparelhos apenas por fidelidade à Vivo, TIM, Oi etc. De modo adaptado, é essa a dinâmica do mercado de smartphones nos EUA.
Muita gente não gosta da AT&T nos EUA, e o sinal deles é supostamente o pior de todos (algo que pode ter sido agravado justamente pela popularidade e intensidade de uso do iPhone na rede da operadora). Isso beneficia indiretamente as vendas e a popularização do Android. Como escreveu o nosso próprio Pedro por aqui:
Nos EUA, um dos pontos fortes de marketing do Droid (o nosso Milestone), é que ele era um smartphone bem capaz, na melhor rede de dados. Isso era bem importante na publicidade: a Verizon não te deixaria na mão, como o AT&T, que vende o iPhone com exclusividade, muitas vezes deixa. O que aconteceria se a Verizon passasse a vender iPhones? Se ela já vendesse – será que o Android teria se fortalecido tanto? Alguns analistas ouvidos pelo Electronista acreditam que o iPhone na Verizon atrairia 12 milhões de novos consumidores – e poderia frear o avanço do Android. Acompanhemos os próximos capítulos da novela.
Eis que este próximo capítulo chegou. Segundo os rumores-praticamente-verdades, a Verizon fará amanhã o anúncio de que passará a vender o iPhone (talvez até mesmo em sua mítica versão branca, apesar disso ser um pouco mais improvável). Espera-se que ele seja lançado já no fim de janeiro ou início de fevereiro e tenha uma opção de plano de dados ilimitado (outra alfinetada na AT&T, que não disponibiliza esta opção).
Este lançamento certamente é muito mais importante para os americanos do que para nós, mas é preciso lembrar que ele tem o potencial de alterar muito os resultados da Apple no mercado mais forte e importante do mundo. Alterando, por sua vez, também os resultados do Google com seu Android. Alterando, por sua vez, toda a paisagem do mercado de smartphones que dita as regras para o resto do mundo. Inclusive as nossas. Portanto, é, sim, importante. [Gizmodo US]