Testando o iPhone Xs: o quão rápido é o processador A12 e o quão boa é a duração da bateria

Estamos usando o iPhone Xs há duas semanas. Sem surpresa alguma, ele é um ótimo smartphone — o melhor iPhone já feito, apesar de um punhado de reclamações e problemas ter surgido. Agora, depois de duas semanas o testando, trazemos aqui uma análise melhor do processador e da bateria do aparelho. A12 nos testes Se […]

Estamos usando o iPhone Xs há duas semanas. Sem surpresa alguma, ele é um ótimo smartphone — o melhor iPhone já feito, apesar de um punhado de reclamações e problemas ter surgido. Agora, depois de duas semanas o testando, trazemos aqui uma análise melhor do processador e da bateria do aparelho.

A12 nos testes

Se você acompanhou o anúncio da Apple no mês passado, então você teve que ver a Apple exaltar o processador de sua mais recente leva de iPhones por muito tempo. Tim Cook disse que ele era potente e apontou que era um dos primeiros chips de 7 nm encontrados em um produto. Mas o que diabos isso significa?

Temos tentado ir até o fundo, testando as alegações da Apple sobre o processador A12 (que ele é muito mais rápido, melhor para a duração da bateria e mais equipado para o aprendizado de máquina) desde que colocamos nossas mãos no iPhone Xs, e a resposta para a pergunta “o A12 é melhor?” é… complicada. Os dispositivos com iOS são únicos no sentido de que é a mesma empresa que está projetando o processador e o software e basicamente tudo que fica entre eles. Existem poucos dispositivos projetados tão organizadamente quanto um iPhone. Tudo é feito para ser conciso, e os processadores da Apple só deixam de ser rápidos quando a empresa começa a produzir softwares que exigem mais recursos do que os chips são capazes de aguentar.

Então, o A11 encontrado nos iPhones 8, 8 Plus e X, na maior parte, parece ser tão rápido quanto o A12 encontrado no Xs, Xs Max e no ainda a ser lançado XR. As pessoas não estão processando muitos números nos apps de iPhone, então seus ganhos são pequenos.

Mas eles se acumulam, e talvez essas micromelhorias sejam o bastante. Vejam o Face ID, por exemplo. Gostando dele ou não, essa parece ser a maneira como iremos abrir nossos iPhones no futuro próximo. Isso significa que a velocidade com que esses aparelhos abrem é importante. E o Xs simplesmente abre mais rápido do que o X. Quando medimos os dois abrindo em nosso review em vídeo, o XS foi comprovadamente mais rápido. Pense em 80 milissegundos. Não podemos atribuir essa melhoria completamente ao processador, mas isso mostra como mesmo uma pequena mudança pode causar uma diferença considerável.

Nosso teste de tarefas que exigem bastante do processador não mostrou uma melhoria tão grande, talvez porque os apps ainda não foram escritos para se aproveitar do poder de fogo do novo chip. PUBG é um exemplo raro de jogo mobile em que você pode configurar os gráficos, então eu o coloquei no Ultra tanto no iPhone Xs quanto no iPhone X e no Samsung Galaxy Note 9 e então os conectei ao Gamebench — um software que está disponível para macOS e Windows e permite que você meça o desempenho de um smartphone, incluindo quadros renderizados por segundo e a carga de GPU (só para deixar claro, o A12 tem placa gráfica integrada, caso isso não estivesse óbvio).

O iPhone X rodou o jogo em 41 quadros por segundo, enquanto o Galaxy Note 9 o fez em uma média de 40 quadros por segundo, e o Xs, em 39 quadros por segundo — tudo basicamente o mesmo. A grande diferença foi a média de carga da GPU, que foi de 52% para o X, 58% para o Galaxy Note 9 e apenas 21,65% para o Xs. O iPhone Xs tem muito mais espaço de sobra que poderia ser aproveitado se um desenvolvedor otimizasse seu jogo para a potência do chip. O melhor do aparelho ainda não foi testado (falaremos mais disso abaixo).

Indo para o Geekbench, um benchmark sintético que roda uma série de testes feitos para imitar uma carga de trabalho em um chip mobile. No Geekbench, o A12 se saiu melhor não apenas que o A11, mas também que alguns aparelhos Android, com os chips Snapdragon 835 e o 845. No benchmark do Geekbench 4, o Xs pontuou 11.360, enquanto o Xs Max fez 11.555. O 845 do Galaxy Note 9 fez apenas 9.012, enquanto o A11, do ano passado, no iPhone X, fez 10.362. Enquanto isso, no teste de Compute, tanto o Xs quanto o Xs Max fizeram mais de 20.000, com o X fazendo 16.110, e o Note 9, 14.419.

Os telefones com o A12 se saíram melhor do que qualquer outro aparelho que já vimos. Mas é comum que benchmarks sintéticos como o Geekbench produzam grandes números. Na maioria dos casos, você provavelmente não notará uma melhoria muito grande ali.

Mas e a bateria?

A duração da bateria já é uma outra história. Quando a Apple começou a falar sobre o A12, ela apontou que ele era um dos primeiros chips para consumidores a usar um processo de 7 nm. O A11 e o 845, da Qualcomm, ambos usam processos de 10 nm — mesma coisa que a maioria das CPUs móveis de 8ª geração da Intel. Quanto menor o processador, mais rápido um chip é, em teoria, porque existe um espaço menor em que a informação precisa transitar.

A velocidade é crucial para a duração de bateria de maioria dos processadores móveis modernos. A ideia, popularizada pela Intel, é de que os chips sempre devem exigir a mesma quantidade de energia, mas, quanto mais rápido um chip termina seus processos e volta para o estado inativo, menos energia é consumida. É por isso que, teoricamente, o Xs pode na verdade ter uma bateria menor que a do X e ainda assim ter melhor duração. O A12 supostamente deveria fazer tudo muito mais eficiente do que o A11 — e nós vemos isso nos resultados para o PUBG, em que o A12 conseguiu aproximadamente a mesma taxa de quadros, mas usando muito menos da capacidade do processador.

Em nosso teste de bateria, em que definimos o brilho do aparelho para 200 nits, desativamos todos os modems e notificações adicionais e transmitimos um vídeo por Wi-Fi, essa teoria provou ser bastante verdadeira. O iPhone X, com seu processador A11 e bateria de 2.716 mAh, durou 9 horas e 56 minutos. O iPhone Xs, com seu processador A12 e bateria de 2658 mAh, durou mais de uma hora a mais, com 11 horas e 11 minutos. E o iPhone Xs Max, com sua bateria muito maior, de 3.174 mAh, durou 13 horas e 7 minutos.

Para efeito de comparação, o Samsung Note 9, com um processador Qualcomm Snapdragon 845 e uma enorme bateria de 4.000 mAh, durou 14 horas e 11 minutos.

Na minha própria experiência anedótica, eu fiz o iPhone Xs ir das 5 da manhã às 5 da tarde com um uso mais pesado do que a média. Nesse momento, ele atingiu 10% da bateria, e eu o coloquei no modo avião para poder tomar um pouco de suco na minha caminhada de volta para casa depois de jantar e beber com um amigo. O iPhone X, com sua bateria um pouco maior, durou aproximadamente a mesma quantidade de tempo.

Esses testes de bateria parecem sugerir que o A12 realmente ajuda na duração da bateria — embora eu suspeite que as melhorias possam não ser tão impressionantes em outros testes de bateria. Fazer streaming de vídeo é apenas um caso de uso simples para um smartphone, e registrar o uso de um aparelho o dia inteiro não é exatamente um teste científico. O Tom’s Guide, enquanto isso, viu uma duração de bateria pior em seu teste padrão — em que ele ajusta o brilho do telefone para 150 nits e navega em uma série de sites no 4G.

Ainda assim, dois de três testes de bateria mostrando melhorias não é nada ruim. A maioria dos designers de CPU insiste que você faça vários testes, várias vezes, para realmente entender o desempenho das baterias, mas esses testes sozinhos, assim como outros testes postados online, sugerem que a duração da bateria do Xs é só um pouco melhor que a do X.

A12 no futuro

Sabemos com certeza que o A12 teve o melhor desempenho no Geekbench e vimos resultados excepcionais no WebXPRT, no Gamebench e até mesmo em um benchmark rápido de Face ID. Tudo isso combinado com o que parece ser uma melhor duração da bateria apesar de ela ser menor faz do A12 um belo processador. Mas como ele afetará o seu dia a dia? Não muito, no momento.

A Apple prometeu que o A12 é muito melhor em aprendizado de máquina do que os processadores anteriores — funcionando até nove vezes mais rápido do que o A11 —, mas não há muitos (ou quaisquer) aplicativos especialmente úteis que exigem um grande processamento de números, a menos que você seja realmente vidrado em realidade aumentada. Na verdade, o único que eu me vi usando regularmente foi o recurso de bokeh ajustável no aplicativo da câmera e a nova funcionalidade Smart HDR, que combina imagens para criar uma foto otimizada. A Apple afirma que esses recursos exigem o poder computacional do A12 e nunca seriam possíveis em CPUs anteriores.

Exceto por evitar que fotos de retrato fiquem muito embaçadas e pela melhor duração de bateria, não tem muito que você possa fazer agora para tirar vantagem do A12. Então não deixe a promessa de um processador mais rápido te convencer a comprar um novo iPhone imediatamente. Sim, ele vai durar mais do que o que está disponível por aí, então é uma compra inteligente se você não troca constantemente de aparelhos, mas ele não vale o upgrade por si só.

Imagem do topo: Alex Cranz/Gizmodo

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