ISS muda órbita para evitar colisão com lixo espacial russo, diz NASA
A NASA anunciou que precisou alterar por precaução a órbita da ISS (Estação Espacial Internacional) para desviá-la de um pedaço de lixo espacial.
O procedimento – chamado pela agência como “manobra de prevenção de detritos pré-determinada” – ocorreu na noite da última segunda-feira (24). A altitude da estação espacial foi elevada entre 321 metros e 1.287 metros para afastá-la de um fragmento do Cosmos 1408, um antigo satélite soviético destruído pela Rússia.
Caso o ajuste da órbita não tivesse sido feito, o satélite passaria a menos de 5 km da ISS. Com a mudança, a altitude do laboratório orbital agora varia entre 411 e 425 quilômetros de altitude.
Segundo a NASA, a manobra não impactou as operações a bordo da estação. Vale ressaltar que esses ajustes de trajetória para desviar de lixo espacial são corriqueiros e planejados previamente.
Lançado em 1982, o Cosmos 1408 era um satélite de reconhecimento militar da antiga União Soviética. O equipamento desativado foi destruído durante um teste de arma russa antissatélite, em novembro do ano passado.
Na época, a NASA e outras autoridades ao redor do mundo condenaram o teste da Rússia, já que ele criou 1.500 pedaços de lixo espacial em órbita terrestre. Outro agravante é que os detritos gerados estavam perigosamente próximos da trajetória da ISS.
Inclusive, logo após o teste, a estação espacial precisou fazer uma manobra de emergência para desviar dos restos do Cosmos 1408. Os sete astronautas a bordo chegaram a iniciar um procedimento de evacuação da estação – usando as naves espaciais atracadas como “botes salva-vidas” –, para caso ocorresse uma colisão.
Lixo espacial ameaça astronautas
O lixo espacial em órbita da Terra é formado por milhões de peças de foguetes e satélites desativados, gerados ao longo de 65 anos de história da exploração espacial.
Conforme esses objetos colidem uns com os outros, eles podem criar pedaços ainda menores, mas não menos perigosos. Mesmo o impacto de um pequeno pedaço poderia provocar uma descompressão na ISS, ameaçando a vida dos tripulantes.
Segundo estimou a NPR, existem mais de 100 milhões de fragmentos com tamanhos maiores que um milímetro, 500 mil objetos entre um e dez centímetros, além de 25 mil detritos maiores que 10 cm na órbita terrestre.