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J.K. Rowling se diz feliz se for presa por comentários transfóbicos

Criadora do universo Harry Potter comentava sobre possível proposta de endurecer penas de crimes contra pessoas trans

J.K. Rowling

Debra Hurford Brown/Divulgação

J. K. Rowling fez comentários transfóbicos nas redes sociais — de novo. A autora da franquia de Harry Potter comentou a respeito da proposta estudada pelo Partido Trabalhista britânico de endurecer a pena para crimes contra pessoas trans. A ideia envolve propor uma pena de dois anos de prisão a quem desrespeitar deliberadamente pronomes e fizer comentários ofensivos.

A medida só seria proposta num futuro governo do partido — hoje, a Inglaterra é governada pelo Partido Conservador.

No X (antigo Twitter), J. K. Rowling respondeu a um seguidor dizendo que se sentiria feliz se fosse presa pelos seus comentários transfóbicos.

“Ficarei feliz em cumprir dois anos se a alternativa for o discurso forçado e a negação forçada da realidade e da importância do sexo”, escreveu.

A autora ainda disse que o processo judicial seria “mais divertido do que nunca”.

J.K Rowling ainda compartilhou uma imagem com a frase “Repita comigo: mulheres trans são mulheres”, projetada pela revista Dazed em 2018, como destacou o Deadline.

A escritora britânica escreveu a legenda “não” — ignorando o respeito à identidade de gênero de uma pessoa que é construída e pode ser diferente daquela que lhe é atribuída no nascimento.

As recentes declarações geraram manifestações de repúdio ao discurso da autora. No Brasil, a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil) se manifestou nas redes sociais, dizendo que J. K. Rowling continua a propagar uma agenda de ódio a pessoas trans.

A associação oferece uma série de cartilhas de orientação a respeito de saúde, segurança pública, combate à violência doméstica e aos diretos das pessoas trans e para a comunidade LBTQIA+.

Preconceito antigo

O histórico da criadora do universo de Harry Potter conta com diversos apoios ao discurso transfóbico. Ano passado, a autora britânica demonstrou apoio a um usuário transfóbico no Twitter dizendo que prefere contrair uma doença do que defender a comunidade trans.

Em 2020, J. K. Rowling, criticou o uso do termo “pessoas que menstruam”, inclusivo para homens trans e pessoas não-binárias. Em 2019, ela defendeu Maya Forstater, demitida após afirmar erroneamente que mulheres trans são homens devido ao seu sexo biológico.

Os posicionamentos opressivos de Rowling levou a manifestações do protagonista Daniel Radcliffe, que pediu desculpas aos fãs e à comunidade LGBTQIA+ pelas falas dela.

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