Já é possível fazer um Pix para o exterior?
O BIS (Banco de Compensações Internacionais) – conhecido popularmente como o “banco central dos bancos centrais” – está desenvolvendo o Nexus, um novo sistema de pagamentos instantâneos similar ao Pix e que permitirá em breve fazer transferências entre pessoas de diferentes países.
O novo sistema busca acelerar as transações internacionais, incluindo a possibilidade de oferecer maior agilidade nas conversões de câmbios, suporte para diferentes sistemas de pagamentos de vários países, assim como oferecer segurança para evitar atividades ilícitas.
Apesar de contar com uma plataforma comum, os bancos centrais de cada país poderão criar as suas próprias interfaces personalizadas, podendo chegar no Brasil com o nome não oficial “Pix Internacional”.
Atualmente, o SWIFT é o principal sistema para processar as transferências bancárias internacionais. Contudo, ele tem a desvantagem de contar com um tempo de processamento de transações que pode chegar a até dois dias – uma eternidade para quem já está acostumado com os até 60 segundos do Pix.
Segundo a revista Exame, o BIS aponta que cerca de 60 países contam com tecnologias que poderiam ser integradas ao Nexus. Estima-se que ele poderá estar pronto para iniciar os testes entre o final deste ano e início de 2024.
Na prática, o uso generalizado do sistema deve ficar apenas para 2025, uma vez que o banco central de cada país deverá iniciar estudos para avaliar o processo de implementação e integração do sistema. O motivo dessa demora é explicado pela questão desse tipo de tecnologia necessitar de uma série de testes para se mostrar segura para esse tipo de transação.
E, diferentemente do Pix, que é gratuito para pessoas físicas, o Nexus poderá ter um certo custo, por conta das despesas envolvidas na efetivação de transferências internacionais. Apesar de existir a expectativa de que o sistema ajude a reduzir significativamente esses custos, isso não significa necessariamente que ele sairá de graça para os usuários.
De acordo com dados do Banco Central do Brasil, revelados pelo jornal Globo, o Pix superou a marca de R$ 1 trilhão em transferências ao mês, no último semestre. O recorde foi alcançado em dezembro, quando foi registrado R$ 1,221 trilhão em transações em um único mês.
Ao todo, o total movimentado pelo sistema Pix em 2022 é mais que o dobro que o valor registrado no ano anterior, chegando a R$ 5,3 trilhões. Contudo, o TED ainda ficou à frente em volume, registrando R$ 40,7 trilhões em transferências no mesmo período.
Por outro lado, o Pix ficou na liderança no total de transações, chegando a 2,43 bilhões de pagamentos/transferências, contra os 4,03 bilhões de pagamentos via boleto e 1,01 bilhão de transferências TED.