Inédito: James Webb encontra CO2 em planeta fora do Sistema Solar

O composto foi detectado na atmosfera do planeta WASP-39 b, localizado a 700 anos-luz de distância da Terra. Entenda por que a descoberta é importante
James Webb faz primeira detecção de CO2 em planeta fora do Sistema Solar
Imagem: NASA, ESA, CSA, Joseph Olmsted/Reprodução

Pela primeira vez, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) detectou dióxido de carbono (CO2) em um planeta fora do Sistema Solar. O composto foi encontrado na atmosfera do WASP-39 b, um corpo celeste localizado a 700 anos-luz de distância da Terra.

O WASP-39 b pode ser encontrado na constelação de Virgem, orbitando uma estrela parecida com o Sol. Sua massa é similar a de Júpiter, embora seja menos denso e cerca de 50% maior. 

Compostos como vapor de água, sódio e potássio já haviam sido revelados fora do Sistema Solar por telescópios como o Hubble e o Spitzer. O CO2 é uma novidade para estes mundos externos, e seu encontro pode ajudar cientistas a estudar detalhes sobre a formação de outros planetas.

“O dióxido de carbono é na verdade uma vara de medição muito sensível – a melhor que temos – para elementos pesados ​​em atmosferas de planetas gigantes, então o fato de podermos vê-lo tão claramente é realmente ótimo”, disse Jonathan Fortney, professor de astronomia e astrofísica na Universidade da Califórnia em Santa Cruz e coautor do estudo, em comunicado

Basicamente, o composto serve como uma régua para determinar o quanto de material gasoso e sólido foi usado para formar o planeta. Em breve, o James Webb será capaz de fazer tal observação em atmosferas finas de planetas menores, algo que não era possível com a tecnologia do Hubble e outros telescópios.

James Webb faz primeira detecção de CO2 em planeta fora do Sistema Solar

Dados obtidos através do instrumento NIRSpec do James Webb. Imagem: NASA, ESA, CSA, Leah Hustak (STScI), Joseph Olmsted (STScI)/Reprodução

O JWST utiliza o instrumento NIRSpec (sigla para “espectrógrafo de infravermelho próximo”, em português) para fazer essas observações. Para entender como o equipamento funciona, é preciso saber que cada gás absorve certo comprimento de onda.

Então, quando o planeta passa em frente a sua estrela – visto da Terra –, os astrônomos conseguem analisam o comportamento dos raios de luz naquela atmosfera e determinar quais compostos existem ali. Aos poucos, o James Webb vai encaixando as peças do quebra-cabeça que é o Universo.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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