James Webb fotografa o que podem ser as mais antigas estrelas do universo
A primeira foto do Telescópio Espacial James Webb (JWST) foi divulgada em julho deste ano. Na data, o mundo teve a chance de ver o clique mais detalhado já feito do universo, que daria aos cientistas muito material para estudar.
Esses estudos estão começando a sair. Na última semana, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, publicaram uma análise inicial da imagem no The Astrophysical Journal Letters.
No artigo, a equipe fala sobre os aglomerados globulares mais distantes já descobertos, vistos ao redor de uma galáxia localizada a nove bilhões de anos-luz da Terra.
Aglomerados globulares nada mais são do que grupos densos contendo milhões de estrelas, que podem remeter aos primeiros e mais antigos astros do universo. No estudo, os cientistas se concentraram nos aglomerados que rodeiam a galáxia Sparkler, que recebe esse nome justamente pelos brilhos notados em suas proximidades.
Até então, pesquisadores não haviam conseguido definir o que eram esses brilhos. Agora, graças à tecnologia do James Webb, projetado para enxergar os primórdios do universo, os astrônomos conseguiram definir que estavam olhando para os aglomerados globulares mais antigos conhecidos e, consequentemente, as primeiras estrelas.
Para ter uma ideia, a imagem aponta para os primeiros 4,5 bilhões de anos do cosmos, quando ele era um bebê em escalas astronômicas. Porém, vale dizer que o telescópio teve uma ajudinha da ciência.
A galáxia Sparkler aparece naturalmente ampliada devido ao efeito da lente gravitacional. Basicamente, o sistema está atrás do aglomerado de galáxias SMACS 0723, que atua como uma lupa e amplia os objetos em segundo plano. O fenômeno também gera três imagens replicadas da galáxia, permitindo que os pesquisadores a estudem em detalhes.