A IC 5332 é uma galáxia no formato de espiral que tem dois terços o tamanho da Via Láctea e fica a nada menos que 29 mil anos-luz de distância da Terra. Ela já tinha sido observada por outros telescópios espaciais e, esta semana, foi finalmente flagrada pelas lentes do queridinho James Webb.
As imagens que mostram a IC 5332 em detalhes foram divulgadas na última terça-feira (27). Foi a primeira vez que astrônomos conseguiram observar as regiões escuras que separam os “braços” cósmicos da galáxia. É o que cientistas convencionaram chamar de “ossos” da IC 5332, que geralmente ficam escondidos atrás da nuvem de poeira que existe na região.
Para observar por detrás da nuvem de poeira, o James Webb conta com instrumentos potentes, como o Mid-InfraRed Instrument (ou, na sigla em inglês, MIRI). Ele precisa funcionar sob temperaturas baixíssimas, e permite que o telescópio observe comprimentos de onda do espectro infra-vermelho.
Como você deve se lembrar, fontes luminosas podem emitir diferentes tipos de onda. Para além da luz visível (que vai das cores vermelho ao violeta), há outros tipos, que o olho humano não consegue enxergar.
Examinar esses comprimentos de onda que pode que revelar informações antes inacessíveis por outros telescópios. Não à toa, diferentes telescópios enxergam o universo a partir de diferentes comprimentos de onda. O Chandra, por exemplo, é especializado em raios X. Já o Fermi é especializado em raios gama.
O telescópio Hubble, por sua vez, consegue enxergar no campo do ultra-violeta. Porém, deixa passar a informação emitida na forma de ondas infra-vermelhas. Imagens que o Hubble fez da galáxia IC 5332, assim, possuem algumas zonas escuras, reveladas agora pelo James Webb.
“Essas mesmas regiões empoeiradas não estão mais escuras na imagem do Webb, já que a luz infravermelha média da galáxia conseguiu passar por elas”, explicou a ESA, a agência espacial europeia, que também opera o James Webb, em comunicado.