James Webb revela galáxias semelhantes à Via Láctea nos primórdios do Universo

Telescópio espacial capturou galáxias barradas de 11 bilhões de anos, as mais antigas desse tipo já encontradas
James Webb revela galáxias semelhantes à Via Láctea em universo jovem
Imagem: NASA/CEERS/Universidade do Texas em Austin/Reprodução

A Via Láctea é considerada uma galáxia espiral. A classificação, como você deve imaginar, faz jus ao seu formato de “beyblade” (lembra delas?). Mas algumas galáxias espirais possuem um detalhe extra: uma lista central de estrelas brilhantes, que se estendem de um lado a outro do sistema. 

Essa lista é parecida com uma “barra” de estrelas. Por conta disso, essas galáxias recebem o nome de espirais barradas. Agora, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) capturou no espaço um sistema desse tipo. 

A galáxia barrada vista pelo instrumento tem semelhanças com a nossa Via Láctea, e parece ter surgido quando o Universo tinha apenas 25% de seu tamanho atual. Essas barras de estrelas dificilmente eram capturadas pelo Telescópio Espacial Hubble, o que reforça o poder do Webb e sua capacidade de desvendar os mistérios do cosmos.

A idade do objeto, denominado EGS-23205, chamou a atenção de cientistas, que ainda não conheciam galáxias barradas tão antigas. Os dados obtidos pelo Cosmic Evolution Early Release Science Survey (CEERS) serão publicados na revista científica The Astrophysical Journal Letters.

Essa não foi a única galáxia barrada detectada pelo telescópio. James Webb identificou a espiral EGS-24268, que também aponta para 11 bilhões de anos no passado. As duas são consideradas agora as galáxias barradas mais antigas já descobertas. 

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Segundo os pesquisadores, as barras resolvem o problema da cadeia de suprimentos nas galáxias. Elas são responsáveis por transportar o gás para a região central do sistema, onde ele é rapidamente convertido em novas estrelas a uma taxa tipicamente 10 a 100 vezes mais rápida do que no resto da galáxia.

Além disso, as barras ajudam a criar buracos negros supermassivos nos centros das galáxias, canalizando o gás em parte do caminho. A existência das barras nos primórdios do Universo desafia os cientistas, que agora terão que considerá-las em modelos astronômicos.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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