Japão resolve desativar o reator nuclear de US$ 9 bilhões que nunca funcionou direito

O governo japonês decidiu desativar o reator nuclear experimental Monju, que funcionou por apenas 250 dias de um total de 22 anos de vida útil.

O governo japonês decidiu desativar o reator nuclear experimental Monju, que funcionou por apenas 250 dias de um total de 22 anos de vida útil.

China irá construir uma usina solar na área de exclusão de Chernobyl

Localizado na província de Fukui, o reator rápido refrigerado a sódio foi alvo de controvérsia desde o início de sua construção em 1986. Ele começou a funcionar em abril de 1994, mas um incêndio causado por um vazamento de sódio fez com que o reator fosse desligado.

Após um longo atraso, a usina foi reativada em maio de 2010, mas outro incidente envolvendo maquinário antigo fez com que ela fosse mais uma vez desligada. Desde junho de 2011, a usina Monju gerou apenas o equivalente a uma hora de energia desde que foi testada na década de 90.

O reator experimental, que já foi chamado de “o reator dos sonhos”, foi desenvolvido para produzir mais plutônio do que consome, assim ele reduziria a quantidade de lixo nuclear. Foi uma boa ideia a princípio, mas acidentes e erros de desenvolvimento não permitiram que ele funcionasse direito.

A usina, que custou US$ 9 bilhões para ser construída e desenvolvida, precisaria de um investimento adicional de US$ 4,6 bilhões em atualizações de segurança pelos próximos trinta anos para que voltasse a funcionar. “Nós decidimos desativar a usina Monju, pois reiniciá-la ia exigir tempo e dinheiro”, disse Yoshihide Suga, secretário-geral da administração da usina, à AP.

O governo disse que vai custar US$ 3,2 bilhões para desativar totalmente o local. O combustível nuclear gasto será removido do reator em 2022, e a estrutura toda deverá ser desmontada por completo até 2047.

O Japão ainda tem planos de desenvolver reatores que reprocessam o combustível gasto e reutiliza plutônio e urânio. “Usaremos todo o conhecimento e experiência que adquirimos com a Monju à medida que avançamos com o desenvolvimento de um reator nuclear… primeiro estamos concentrados em criar um roteiro estratégico”, disse o ministro da Indústria do Japão, Hiroshige Seko, ao Japan Times.

A decisão de acabar com a usina provocou certa frustração, tanto dos céticos quanto à geração de energia nuclear após o desastre de Fukushima em 2011, quanto de pessoas preocupadas com a perda de subsídios e trabalho resultantes do fechamento. Os moradores também estão preocupados com o processo de desmontagem por causa de questões de segurança.

[Japan Times e Associated Press/CTV]

Foto por Nife/Wikimedia

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas